Esquema de corrupção no Presídio de Igarassu vira tema do Fantástico
“Resort do crime”: esquema de festas, regalias e propinas em presídio de Pernambuco é desmantelado
Vídeo mostrando festa com garotas dentro do presídio
Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema milionário de corrupção e regalias dentro do Presídio de Igarassu, em Pernambuco. Por sete anos, traficantes e assassinos viveram uma rotina de luxo na unidade, com festas, comida e bebida à vontade, presença de garotas de programa e celas equipadas com videogames e sistemas de som e iluminação.
As imagens que levaram à operação foram encontradas no celular de Lyferson Barbosa da Silva, apontado como líder do esquema. Nos vídeos, detentos aparecem promovendo festas e até rodas de samba dentro do presídio, enquanto agentes penitenciários recebiam propinas para facilitar a entrada de itens proibidos.

Agentes penitenciários como “sócios” do crime
De acordo com a Polícia Federal, os servidores envolvidos no esquema recebiam pagamentos em dinheiro, joias e celulares. Um dos agentes, Eronildo dos Santos, teria usado o dinheiro da propina para construir uma piscina em casa. O próprio diretor do presídio, Charles Belarmino de Queiroz, é apontado como um dos principais articuladores do esquema.
— Os agentes penais eram praticamente sócios dos presos na empreitada criminosa — destacou o delegado da PF, Otávio Bueno.
Na última terça-feira (25), uma operação policial cumpriu mandados de busca e apreensão e prendeu oito agentes penais, além do ex-diretor do presídio. Os detidos podem responder por corrupção passiva, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Desdobramentos e investigações
A defesa de Charles Belarmino de Queiroz afirmou que as provas coletadas ainda não passaram por perícia judicial, o que fragilizaria a acusação. Já Lyferson Barbosa da Silva foi transferido para um presídio federal.
A Secretaria de Administração Penitenciária de Pernambuco informou que, antes da operação, o ex-diretor e outros quatro agentes já haviam sido afastados. A Polícia Federal segue investigando possíveis novos envolvidos e não descarta novas prisões.
