Esquema de lavagem de R$ 250 milhões do CV usava bailes funk e beneficiou esposa de MC Poze e suspeito ligado à Al-Qaeda

Operação mira lavagem de dinheiro da cúpula do CV que envolvia Professor e esposa de MC Poze (em destaque, na foto) -  (crédito: Reprodução/Instragram)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro desarticulou um esquema milionário de lavagem de dinheiro operado pelo Comando Vermelho (CV), que movimentou mais de R$ 250 milhões usando produtoras de bailes funk, empresas de fachada e contas de laranjas. Entre os beneficiários, estão a influenciadora Viviane Noronha, esposa do cantor MC Poze do Rodo, e até um egípcio suspeito de ligação com a Al-Qaeda, segundo a investigação.

Viviane, segundo a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), recebia valores do tráfico em sua conta pessoal e por meio da empresa “Noronha Influencer”, abastecida com depósitos vindos de operadores do CV. Ela teve bens bloqueados e foi alvo de busca e apreensão nesta terça-feira (3).

“Viviane Nogueira, tanto como pessoa física quanto jurídica, recebeu valores do tráfico, especialmente da cúpula do Comando Vermelho”, afirmou o delegado Jefferson Ferreira.

produtora Leleco Nacional, responsável por shows do próprio MC Poze, movimentou mais de R$ 50 milhões em menos de um ano, segundo relatórios do Coaf. A polícia, no entanto, ressalta que o funkeiro não é alvo da operação.

Outro investigado é Gustavo Miranda de Jesus, ligado ao traficante “Professor”, morto no último domingo. Mesmo inscrito no auxílio emergencial, ele movimentou R$ 30 milhões em 12 meses, segundo os policiais.

Além disso, os investigadores apontam que um dos depósitos feitos pela Leleco Nacional foi destinado a Mohamed Hussein Ahmedegípcio suspeito de atuar como operador financeiro da Al-Qaeda, conforme dados de cooperação internacional.

“Por trás desses bailes e manifestações ditas culturais, existe um esquema criminoso envolvendo tráfico de drogas, armas, crimes violentos e até homicídios”, declarou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

Como funcionava o esquema:

  • Produtoras de bailes funk e empresas de fachada movimentavam grandes quantias para disfarçar a origem do dinheiro do tráfico.
  • Laranjas repassavam valores a influenciadores e operadores ligados ao CV.
  • O dinheiro era usado para comprar armas e drogas, com transações que passavam até por restaurantes de fachada, como um em frente ao Hospital Getúlio Vargas.
  • A investigação já bloqueou 38 contas bancárias e identificou nomes como Matheus Mendes e Nikolas “Hurley”, envolvidos nas transferências.

A Polícia Civil afirmou que as apurações sobre o braço financeiro do Comando Vermelho continuarão, e que já identificou mais de R$ 6 bilhões em movimentações ilícitas em investigações anteriores.

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