Estuprador em série é preso no Centro do Recife após ser identificado por DNA; vítimas incluem menores de idade
Criminoso de 27 anos já havia sido condenado por roubo e utilizava abordagens violentas em áreas movimentadas da capital pernambucana
A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, nesta segunda-feira (14), um estuprador em série que vinha aterrorizando mulheres no Centro do Recife. O suspeito, de 27 anos, morador do bairro do Jordão, Zona Sul da cidade, foi identificado por meio de análises genéticas e já responde por ao menos quatro estupros confirmados — dois contra adolescentes de 16 e 17 anos e dois contra jovens na faixa dos 20 anos.
A captura aconteceu na Delegacia da Mulher do Rosarinho, na Zona Norte do Recife. Segundo a delegada Larissa Souza, o criminoso foi convocado para depor sobre outro assunto, mas já havia contra ele um mandado de prisão expedido, que foi cumprido no local.
O homem já tinha sido condenado por roubo em 2018 e, no ano seguinte, teve seu material genético coletado e inserido no Banco de Perfis Genéticos de Pernambuco, que atualmente reúne cerca de 26 mil amostras. Foi esse banco de dados que permitiu à polícia relacioná-lo aos estupros.
“O modus operandi dele era abordar as vítimas à luz do dia, em áreas com grande circulação de pessoas, como ônibus e pontos turísticos”, afirmou a delegada Larissa Souza. “Ainda estamos investigando a possibilidade de outras vítimas.”
Entre os crimes cometidos, um deles aconteceu após o criminoso assaltar um ônibus no Centro e obrigar a passageira a descer com ele, onde consumou o estupro. Em outro caso, no Marco Zero do Recife, o estuprador se passou por um cidadão prestativo e, fingindo ajudar uma mulher que acabara de ser assaltada, conquistou sua confiança, ameaçou-a com uma arma e a levou para um motel na Rua do Hospício, bairro da Boa Vista.
Os crimes confirmados ocorreram entre 2023 e os primeiros meses de 2025. Os casos com adolescentes foram inicialmente registrados na Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA).
O perito forense Jeyzon Valeriano destacou que Pernambuco ocupa a terceira posição nacional no número de perfis genéticos de condenados cadastrados, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Segundo ele, 85% dos condenados por crimes violentos no estado já têm o DNA no sistema.
“O banco de DNA tem sido essencial para elucidar casos como esse. Infelizmente, ainda há criminosos reincidentes que se aproveitam da impunidade e da vulnerabilidade das vítimas”, ressaltou Valeriano.
A polícia segue investigando e pede que possíveis outras vítimas entrem em contato com a Delegacia da Mulher.
