EUA fazem operação surpresa e retiram opositores de Maduro de embaixada sob custódia do Brasil
Governo Lula afirma que não foi informado com antecedência sobre ação americana; grupo está em segurança, diz Itamaraty

O governo brasileiro foi pego de surpresa com a operação conduzida pelos Estados Unidos que retirou opositores do regime de Nicolás Maduro abrigados na embaixada da Argentina em Caracas. A missão diplomática argentina está sob custódia do Brasil desde que o presidente Javier Milei rompeu relações com o governo venezuelano, em 2023.
Segundo fontes do Itamaraty ouvidas pela GloboNews, o governo Lula não foi previamente comunicado nem participou da ação que levou os asilados políticos para território americano. A operação, classificada como um “resgate” pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ocorreu nesta terça-feira (6).
“Não estão claras as circunstâncias da saída. A embaixada permanece cercada por forças de segurança locais”, disse um diplomata brasileiro, em caráter reservado.
O Itamaraty confirmou que os opositores estão em segurança e reiterou que a posição brasileira sempre foi buscar salvo-condutos diplomáticos, negados sistematicamente pelo regime de Maduro.

Custódia brasileira
Desde a expulsão dos diplomatas argentinos da Venezuela, o Brasil passou a representar os interesses da Argentina no país vizinho. A medida está amparada na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961), que prevê que um terceiro país possa assumir a proteção dos bens e serviços de uma embaixada estrangeira.
O Brasil, no entanto, adotou postura discreta e vinha evitando confrontos diretos com o governo de Caracas.
“Extração” celebrada por Milei e Rubio
O presidente da Argentina, Javier Milei, celebrou publicamente a retirada dos opositores e usou o termo “extração”, sugerindo que a operação ocorreu à revelia do regime chavista.
Já Marco Rubio, em publicação nas redes sociais, afirmou que os EUA comemoram o “resgate bem-sucedido de todos os reféns mantidos pelo regime de Maduro”.
Lula e Maduro distantes
Apesar de ter promovido a reaproximação entre Brasil e Venezuela no início do terceiro mandato, o presidente Lula e Nicolás Maduro hoje mantêm relações frias. O ponto de ruptura foi a cobrança de Lula — e de outros líderes — para que a Venezuela divulgasse as atas das eleições presidenciais de 2024, vencidas oficialmente por Maduro.
O governo brasileiro, até agora, não reconheceu formalmente o resultado das eleições, alegando que reconhece o Estado venezuelano, mas não necessariamente a legitimidade de um governo cuja vitória eleitoral está sob contestação.
🔴 BRASIL FOI PEGO DE SURPRESA
- O governo brasileiro não foi informado previamente sobre a operação dos EUA que retirou cinco opositores de Nicolás Maduro da embaixada da Argentina em Caracas.
- A operação só foi conhecida após sua execução, segundo apurou a CNN com fontes diplomáticas.
🇧🇷 BRASIL ERA RESPONSÁVEL PELA EMBAIXADA
- Desde a expulsão dos diplomatas argentinos em 2023, o Brasil assumiu a tutela da embaixada da Argentina na Venezuela.
- Apesar disso, não havia segurança brasileira no local, que era vigiado pela polícia venezuelana e pelo serviço secreto chavista.
💬 POSIÇÃO DO ITAMARATY
- Diplomacia brasileira vinha tentando negociar salvo-conduto para os asilados, sem sucesso.
- Fonte diplomática criticou a ação dos EUA: “Fazemos diplomacia, não operação hollywoodiana.”
🇺🇸 EUA CELEBRAM “RESGATE”
- O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou o sucesso da operação, chamando os opositores de “reféns do regime de Maduro”.
- Rubio agradeceu às equipes envolvidas e classificou o governo de Maduro como ilegítimo e perigoso.
🇦🇷 GOVERNO MILEI COMEMORA
- O presidente argentino Javier Milei celebrou a retirada, agradecendo publicamente a Marco Rubio e aos envolvidos.
- O Brasil não foi mencionado na nota oficial da Argentina, apesar de ter mediado negociações humanitárias com Caracas.