EX-SUPERINTENDENTE DA PF QUE INVESTIGOU FACADA DE BOLSONARO É PRESO EM OPERAÇÃO CONTRA CORRUPÇÃO NA MINERAÇÃO

Um dos nomes mais conhecidos da Polícia Federal em Minas Gerais, o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da corporação e responsável pelo inquérito inicial da facada contra Jair Bolsonaro em 2018, foi preso nesta quarta-feira (17/9). Ele é acusado de integrar um esquema bilionário de mineração ilegal, corrupção e lavagem de dinheiro, revelado pela operação “Rejeito”, da PF.

Segundo as investigações, Rodrigo seria sócio oculto de empresas do ramo minerário, beneficiadas por licenças fraudulentas para explorar áreas de preservação, como a Serra do Curral, em Belo Horizonte, e a Serra de Botafogo, em Ouro Preto. O grupo criminoso contava ainda com apoio de integrantes do alto escalão da Secretaria de Meio Ambiente de Minas (Semad) e da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Durante coletiva, o diretor de Crimes contra a Amazônia da PF, Humberto Freire, confirmou a prisão:

“Infelizmente, hoje tivemos também um delegado da Polícia Federal atingido por esta operação.”

O atual superintendente da PF em Minas, Richard Macedo, reforçou que não haverá corporativismo:

“A PF não protege e não persegue ninguém. Nós investigamos fatos. Quem comete crime será investigado.”

Quem é Rodrigo Teixeira

Delegado da PF desde 1999, Rodrigo construiu carreira em cargos de chefia e ganhou notoriedade ao conduzir, em Juiz de Fora, a investigação sobre o atentado a faca contra Bolsonaro. Também participou das apurações sobre o desastre de Brumadinho. Exonerado em 2019, passou por cargos de gestão na segurança pública de Minas e na Prefeitura de Belo Horizonte. Mais recentemente, era diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

O SGB declarou que não comentará processos em andamento, mas reiterou “compromisso com a ética, a legalidade e a transparência”. A Semad e o governo mineiro não se manifestaram. A ANM, citada na operação, disse que ainda não foi comunicada oficialmente pela PF.

O esquema

De acordo com a Polícia Federal, o esquema gerou lucros de R$ 1,5 bilhão com exploração irregular de minério de ferro. Empresários e agentes públicos são acusados de comprar decisões administrativas, manipular pareceres técnicos e negociar direitos minerários por meio de empresas de fachada.

Rodrigo teria usado sua influência como delegado para abrir portas em órgãos públicos e intermediar negociações milionárias. Uma das transações em andamento previa a venda de participação em uma mina por R$ 30 milhões.

🔎 OPERAÇÃO “REJEITO”: OS ALVOS E O ESQUEMA

👤 Quem é Rodrigo de Melo Teixeira

  • Delegado da PF desde 1999.
  • Ex-superintendente da PF em Minas Gerais.
  • Ficou conhecido por investigar a facada em Jair Bolsonaro em 2018.
  • Atuou também nas investigações do rompimento da barragem de Brumadinho.
  • Foi secretário adjunto de Segurança em BH e diretor de Polícia Administrativa da PF.
  • Mais recentemente, ocupava o cargo de diretor de Administração e Finanças do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

⚖️ Acusações contra Teixeira

  • Participação em esquema de corrupção e mineração ilegal.
  • Sócio oculto de empresa ligada ao grupo criminoso.
  • Teria usado sua influência para interferir em investigações e liberar licenças.
  • Negociação de participação em mina avaliada em R$ 30 milhões.

💰 O esquema criminoso

  • Atuava em áreas tombadas e de preservação, como a Serra do Curral (BH) e a Serra de Botafogo (Ouro Preto).
  • Lucros estimados em R$ 1,5 bilhão com mineração ilegal.
  • Empresários compravam decisões administrativas e manipulavam pareceres técnicos.
  • Havia lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada.

🏛️ Órgãos e autoridades envolvidos

  • Semad (Secretaria de Meio Ambiente de MG): servidores suspeitos de favorecer o esquema.
  • Agência Nacional de Mineração (ANM): diretores e técnicos sob investigação por liberar licenças.
  • Empresários do ramo minerário atuavam como financiadores e beneficiários do esquema.

📌 O que dizem os órgãos

  • PF: “Não protege e não persegue ninguém. Quem comete crime será investigado.”
  • SGB: informou que não comenta processos em andamento, mas reafirmou compromisso com a ética.
  • ANM: declarou que ainda não foi notificada oficialmente pela Polícia Federal.
  • Semad e governo de Minas: não se manifestaram até o momento.

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