“Fora Mirella” x “Fora PT”: Câmara de Olinda enterra pedido de impeachment da prefeita por 13 a 2

A Câmara Municipal de Olinda rejeitou por ampla maioria o pedido de impeachment da prefeita Mirella Almeida (PSD) na tarde desta quinta-feira (26). O placar foi 13 votos contra e apenas 2 a favor, frustrando apoiadores da oposição que lotaram as galerias com gritos de “Fora Mirella”.

Votaram a favor da abertura do processo apenas os vereadores Eugênia Lima (PT) e Alessandro Sarmento (PL). A denúncia foi protocolada pelo advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, e ex-candidato a prefeito da cidade em 2024. Ele alegou que a Prefeitura descumpriu pedidos de informações públicas sobre a transição de governo e prestação de contas, configurando, segundo ele, crime de responsabilidade.

Clima tenso e disputa política nas galerias

O ambiente na Câmara foi de clima tenso e confronto verbal entre militantes do governo e da oposição, com faixas e gritos de guerra como “Mirella!”“Fora Mirella!” e até “Fora PT e PCdoB!” — mesmo com o PCdoB fora da Prefeitura desde 2017, quando Renildo Calheiros encerrou seu mandato.

Durante a votação, os parlamentares da base aliada classificaram o pedido como “inconsistente” e “irregular”. O primeiro-secretário da Casa, vereador Jesuíno Araújo, afirmou que o documento de Antônio Campos não seguiu o trâmite regimental, pois foi enviado por e-mail e nem sequer chegou oficialmente à Prefeitura.

Acusações de falta de transparência

Já os dois vereadores que votaram a favor do impeachment reforçaram críticas à falta de transparência da gestão Mirella. Segundo Sarmento, a própria Câmara também solicitou informações à Prefeitura e ainda não obteve resposta.

“Não se trata de perseguição política. Trata-se de garantir o direito à informação e à fiscalização”, disse Sarmento em plenário.

Disputa de narrativas e 2026 no radar

Aliados da prefeita acusam Antônio Campos de tentar instrumentalizar politicamente a denúncia, com vistas às eleições municipais de 2028, após sua derrota no pleito de 2024. Campos nega e afirma que apenas está exercendo seu papel de cidadão.

A sessão terminou sem incidentes graves, mas com uma demonstração clara de que a base de Mirella segue sólida na Câmara. A oposição, por sua vez, deve continuar apostando no discurso da transparência e preparando o terreno para embates futuros.

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