Governo Federal encerra negociações da greve dos professores
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) comunicou oficialmente aos sindicatos que as negociações com os profissionais da educação em greve foram encerradas. Em um comunicado enviado por e-mail às entidades representativas da categoria, o MGI esclareceu que a próxima reunião, agendada para segunda-feira, 27 de maio de 2024, não se destina a novas rodadas de negociações, mas sim à assinatura do Termo de Acordo, sem margem para recepção de novas contrapropostas.
A mensagem, cujo teor foi divulgado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), foi criticada pela entidade, que alegou que ela “reforça autoritarismo e ameaça à greve”, manifestando o desejo de prosseguir com as discussões sobre o reajuste salarial.
Em resposta, o presidente do Andes, Gustavo Seferian, afirmou: “Nós, professores e professoras em greve, queremos negociar, seguir um bom compasso de partilhas entre propostas e contrapropostas que se estabeleceu na greve, e caso a base da categoria entenda por apresentar uma nova contraproposta, será essa nossa ação no dia 27 de maio”.
Em nota oficial, o MGI reiterou que o objetivo do e-mail enviado às entidades sindicais foi prestar esclarecimentos adicionais e reafirmar o entendimento alcançado na reunião da Mesa de Negociação realizada em 15 de maio.
Veja abaixo vídeo compartilhado nas redes sociais de protestos por parte do Sindicato:
Proposta de Reajuste em Debate
A proposta apresentada pelo governo prevê um reajuste em duas parcelas, a serem implementadas em janeiro de 2025 e maio de 2026, variando de 13,3% a 31,2% até o final do período. Com isso, os salários dos professores no início da carreira alcançariam R$ 13.753, enquanto no final da carreira (professor titular) atingiriam R$ 26.326. Somado ao reajuste de 9% concedido em 2023, a proposta representaria um aumento de aproximadamente 28,2% para os professores, com um expressivo ganho real no período de 2023 a 2026.
Por sua vez, os docentes defendem um reajuste de 22,71% para os próximos três anos, aceitando o índice proposto para 2025 e sugerindo reajustes de 7,06% em 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026.
Negociações em Andamento
O Sindicato informou que não aceitará a proposta do governo, enquanto o Proifes (Sindicato de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) se mostrou favorável. As instituições deverão reunir suas bases até 24 de maio para decidir sobre a proposta do governo. Nesta quinta-feira, 23 de maio, a categoria discutirá a greve em audiência pública na Câmara dos Deputados.
A greve, iniciada em 15 de abril, afeta atualmente 58 instituições em todo o Brasil, incluindo universidades federais, e se soma a outros movimentos grevistas de técnicos em educação e servidores técnico-administrativos em educação dos institutos federais.