Irmão de homem morto no Galo da Madrugada denuncia que PMs liberaram atirador após ‘carteirada’

A família de João Amâncio Neto, de 32 anos, morto a tiros durante a dispersão do Galo da Madrugada, no sábado (1º), acusa a Polícia Militar de ter liberado o autor do crime após ele se identificar como policial. Segundo o irmão da vítima, que testemunhou o homicídio, os agentes abordaram o suspeito, mas o deixaram ir depois que ele apresentou uma suposta identificação.

Além disso, a família também questiona o fato de João ter sido levado ao hospital no porta-malas de uma viatura, enquanto o atirador saia livremente do local.

Discussão após esbarrão terminou em assassinato

O crime ocorreu na Avenida Sul, na área central do Recife, quando João e um grupo de amigos voltavam do bloco. Segundo relatos, um dos amigos esbarrou em uma mulher desconhecida, o que gerou uma discussão.

— Meu irmão estava atrás e perguntou: “Por que isso? Tem necessidade disso?”. O homem já estava com a arma na mão, apenas apontou e atirou no peito dele — contou o irmão da vítima.

Outro amigo de João também foi baleado, atingido no maxilar, e socorrido para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), antes de ser transferido para o Hospital da Restauração.

Família acusa PMs de proteger o assassino

Segundo a família, logo após os disparos, o atirador e a mulher seguiram caminhando e foram abordados por quatro policiais militares. No entanto, após mostrar um documento, o suspeito foi liberado.

— Ele ‘deu a carteirada’ e os policiais liberaram ele. Enquanto isso, todo mundo estava gritando no túnel que ele tinha atirado, e os policiais não fizeram nada — denunciou o irmão da vítima.

A família também questiona o atendimento prestado a João, afirmando que ele foi colocado no porta-malas da viatura.

— Jogaram meu irmão na mala do carro. Eu queria ir junto, não deixaram. Continuei gritando que tinham liberado o assassino, então um policial me empurrou, caí e bati a cabeça no chão. Não sou médico, mas acredito que ele já estava morto quando colocaram no carro — relatou.

O irmão da vítima disse ainda que, ao chegar ao hospital, confrontou um dos policiais que havia liberado o atirador.

— Eu disse: “Você liberou o cara que matou meu irmão porque ele é policial, igual a você”. Ele não respondeu e saiu do hospital.

Investigações e silêncio das autoridades

Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso, que está sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Homicídios.

A família de João Amâncio segue cobrando justiça e exige explicações sobre o assassinato e a suposta proteção dada ao criminoso.

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