João Campos dá o primeiro passo para armar a Guarda Municipal do Recife e promete ação “séria e responsável”

Prefeito socialista cumpre promessa de campanha e inicia processo que inclui bodycams, testes psicológicos e novas atribuições para os agentes
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), anunciou nesta semana o início do processo formal de armamento gradual da Guarda Municipal da capital pernambucana. A medida, prometida durante a campanha de reeleição, marca uma guinada importante na segurança pública municipal.
O anúncio foi feito após uma reunião com o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Antônio de Pádua, e prevê uma série de etapas burocráticas, técnicas e estruturais antes que os agentes comecem a portar armas.
“O armamento da Guarda será um processo sério e responsável, que vai priorizar a segurança dos recifenses e o treinamento rigoroso dos guardas municipais”, afirmou João Campos nas redes sociais.
Segurança, controle e tecnologia
Segundo o prefeito, a Guarda Municipal do Recife passará por uma reestruturação completa:
- Será criada uma Corregedoria e Ouvidoria independentes;
- Os guardas armados usarão bodycams (câmeras no uniforme) para garantir transparência e controle das ações;
- Todos os agentes passarão por avaliações psicológicas e treinamentos especializados;
- A corporação também ganhará novas atribuições, como patrulhamento ostensivo nos bairros.
STF deu aval às guardas armadas
A decisão da gestão municipal acontece dois meses após o Supremo Tribunal Federal confirmar a constitucionalidade das guardas municipais armadas. Em fevereiro, o STF autorizou que os municípios legislem sobre a atuação dessas corporações em segurança urbana, desde que respeitem os limites das polícias Civil e Militar.
Na prática, isso significa que as guardas podem fazer policiamento ostensivo, comunitário, prisões em flagrante e proteger serviços públicos, mas não podem investigar crimes ou substituir as funções das polícias estaduais.
PSB e futuro político
A movimentação de João Campos também acontece em meio à sua ascensão dentro do PSB, partido do qual deve assumir a presidência nacional em maio. A medida pode sinalizar um reposicionamento do gestor como um líder pragmático e voltado à segurança, numa tentativa de ampliar seu eleitorado para além da esquerda tradicional.