“Jogo do tigrinho” é alvo da polícia; Pais relatam que crianças estão se viciando neste jogo de azar

O crescente vício em um jogo de apostas online conhecido como ‘jogo do tigrinho’ está alarmando famílias e autoridades no Brasil. Relatos recentes revelam casos de adolescentes e adultos compulsivamente envolvidos, muitas vezes utilizando cartões de crédito dos pais para financiar suas jogadas noturnas.

O caso de Gabriely Sabino, uma enfermeira de 23 anos do interior de São Paulo, que fugiu de casa devido ao vício no jogo, trouxe à tona a gravidade do problema. Embora tenha sido encontrada posteriormente, sua família relata que acumulou dívidas significativas devido às apostas.

O ‘tigrinho’, considerado um cassino virtual, tem ganhado popularidade no país com a ajuda de influenciadores digitais. No entanto, sua promoção pode constituir infração penal devido às leis contra jogos de azar e crimes contra o consumidor.

Além dos riscos de vício, há também uma preocupação crescente com golpes direcionados aos apostadores. Operações policiais têm visado criminosos que exploram essa vulnerabilidade, embora a empresa responsável pelo jogo não tenha respondido aos pedidos de comentário do Estadão.

Uma família em Sorocaba (SP) compartilhou sua experiência de altos e baixos com o ‘tigrinho’. Recentemente, o filho e a nora da matriarca enfrentaram bloqueios em suas contas após tentativas frustradas de resgatar ganhos que nunca receberam, vítimas de um esquema fraudulento.

Enquanto alguns continuam a jogar conscientemente, especialistas alertam para os perigos do comportamento compulsivo, que tende a aumentar com a disseminação dos jogos online. Estima-se que entre 1% a 1,3% da população brasileira possa desenvolver problemas patológicos associados ao vício em jogos.

A questão é ainda mais complexa devido à influência de celebridades da internet. Recentemente, uma influenciadora com mais de 300 mil seguidores foi alvo de uma operação policial em São José dos Campos, suspeita de enriquecimento súbito por promover o ‘jogo do tigrinho’.

No âmbito legal, várias operações foram realizadas em diferentes estados, visando combater crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e promoção ilegal de jogos de azar. A responsabilidade das plataformas e dos influenciadores também está em pauta, com debates sobre suas obrigações na prevenção de fraudes.

Para muitas famílias, como a de uma funcionária de Tatuí (SP), que descobriu o vício de sua filha de 14 anos no ‘tigrinho’, a preocupação agora é como lidar com as consequências emocionais e financeiras dessa dependência.

Enquanto isso, as autoridades continuam a investigar e a alertar o público sobre os perigos associados aos jogos de azar online, incentivando denúncias e ações preventivas.

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