Justiça permite que Rodrigo Carvalheira deixe prisão
STJ ORDENA SOLTURA DE EMPRESÁRIO ACUSADO DE ESTUPRO
Em decisão unânime, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, nesta terça-feira (26), a libertação do empresário Rodrigo Carvalheira, preso preventivamente desde 6 de junho no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife.
O ministro Otávio de Almeida Toledo, relator do caso, justificou que a prisão preventiva deve ser embasada em fatos contemporâneos, e não apenas em eventos passados, ainda que registrados no processo. A decisão prevê que Carvalheira seja solto no prazo de até 24 horas. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária de Pernambuco (Seap-PE), até as 17h55 desta terça-feira, ele permanecia detido.
ACUSAÇÕES E INVESTIGAÇÕES
Rodrigo Carvalheira responde a diversas acusações de violência sexual. Em maio deste ano, a Polícia Civil concluiu dois inquéritos que investigavam denúncias de estupro de vulnerável, referentes a crimes ocorridos em 2005 e 2019. Outro caso sob investigação prescreveu, mas foi confirmado como estupro de vulnerável.
O empresário já havia sido indiciado em outros três processos. Em abril, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou denúncia em um dos casos. A prisão preventiva decretada em junho ocorreu após Carvalheira, em dezembro de 2023, ter feito uma ligação para o tio de uma suposta vítima, o que teria atrapalhado as investigações.
PRISÃO GANHOU REPERCUSSÃO
A primeira prisão de Rodrigo Carvalheira ocorreu em abril, também sob suspeita de interferir nas investigações. Na época, interceptações telefônicas revelaram que o empresário conversou com a delegada Natasha Dolci sobre a transferência de um inquérito da Delegacia da Mulher de Santo Amaro. O diálogo gerou suspeitas de influência sobre o processo.
A delegada afirmou ser alvo de perseguição na Polícia Civil e negou as acusações. Atualmente, ela está afastada do cargo.
Com a nova decisão judicial, o empresário terá liberdade provisória enquanto os processos continuam em tramitação.