JUSTIÇA SOLTA CINCO POLICIAIS MILITARES ENVOLVIDOS NA CHACINA DE CAMARAGIBE; OUTROS SETE JÁ ESTAVAM EM LIBERDADE

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu, nesta quarta-feira (26), habeas corpus a cinco dos 12 policiais militares acusados de participação na chacina de Camaragibe, que deixou seis pessoas da mesma família mortas em setembro de 2023, no Grande Recife.
Os agentes estavam presos preventivamente desde março de 2024, após serem denunciados por homicídio e tortura. Com a decisão, passam a responder ao processo em liberdade, mediante medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
DECISÃO JUDICIAL E NOMES DOS POLICIAIS SOLTOS
A juíza Daisy Maria de Andrade Costa Pereira, relatora do caso, inicialmente votou contra o habeas corpus de Paulo Henrique Ferreira Dias. No entanto, após argumentação da defesa sobre falta de isonomia em relação a outro réu, a magistrada reviu sua posição e estendeu a decisão para mais quatro PMs. São eles:
- Paulo Henrique Ferreira Dias
- Dorival Alves Cabral Filho
- Leilane Barbosa Albuquerque
- Fábio Júnior de Oliveira Borba
- Emanuel de Souza Rocha Júnior
O MASSACRE QUE CHOCOU PERNAMBUCO
A chacina foi motivada por vingança após a morte de dois policiais militares pelo vigilante Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, durante um tiroteio no bairro de Tabatinga. Em resposta, PMs iniciaram uma perseguição e executaram cinco parentes do atirador:
- Ágata Ayanne da Silva, 30 anos (irmã de Alex)
- Amerson Juliano da Silva, 25 anos (irmão de Alex)
- Apuynã Lucas da Silva, 25 anos (irmão de Alex)
- Maria José Pereira da Silva (mãe de Alex)
- Maria Nathalia Campelo do Nascimento, 27 anos (esposa de Alex)
Após a execução da família, Alex Barbosa também foi morto.
Na mesma ação, uma jovem grávida, Ana Letícia, de 19 anos, foi baleada. Ela sobreviveu e deu à luz, mas morreu um mês depois devido aos ferimentos.
TORTURA E DENÚNCIAS CONTRA OS PMS
Segundo a Polícia Civil, os policiais utilizaram métodos de tortura para localizar Alex Barbosa. A esposa de um dos irmãos da vítima foi agredida enquanto estava dentro de um carro de aplicativo com suas duas filhas, de 10 e 11 anos.
“O grupo agiu de forma desproporcional e planejou as execuções”, afirmou o delegado Ivaldo Pereira, da Diretoria Integrada Metropolitana.
OUTROS SETE PMS JÁ ESTAVAM SOLTOS – ALGUNS FORAM ATÉ PROMOVIDOS
Além dos cinco que conseguiram habeas corpus, outros sete réus já estavam soltos desde o início do processo, também sob medidas cautelares. Apesar de afastados da PM e proibidos de contatar testemunhas, dois deles foram promovidos de tenente-coronel para coronel.
Confira os nomes:
- Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco (promovido após se tornar réu)
- João Thiago Aureliano Pedrosa Soares
- Fábio Roberto Rufino da Silva (promovido após se tornar réu)
- Diego Galdino Gomes
- Janecleia Izabel Barbosa da Silva
- Eduardo de Araújo Silva
- Cesar Augusto da Silva Roseno
A soltura dos réus tem gerado forte repercussão e questionamentos sobre a condução do caso e a responsabilização dos envolvidos.