Justiça solta quatro suspeitos de assalto ao Ceasa em Pernambuco
Os quatro homens detidos por suspeita de participação no assalto ao Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), ocorrido na última segunda-feira (10), foram soltos após decisão da Justiça. Segundo a determinação judicial, não foram encontrados elementos que comprovassem o envolvimento dos suspeitos no crime, nem houve situação de flagrante que justificasse a manutenção das prisões.
O assalto, que terminou em confronto entre policiais e criminosos, resultou na morte de um dos assaltantes. Além das quatro prisões, a Polícia Civil apreendeu cinco veículos, quatro armas de fogo, munições, coletes balísticos, balaclavas e celulares.
De acordo com as investigações, os suspeitos fariam parte de uma quadrilha especializada em crimes patrimoniais, incluindo furtos, roubos e ataques a cargas. A soltura dos quatro homens reacende o debate sobre os critérios para a manutenção de prisões preventivas em casos de crimes contra o patrimônio.

NA TV GLOBO
Justiça solta suspeitos de assalto milionário ao Ceasa após pedido do MPPE
A Justiça de Pernambuco determinou a soltura dos quatro suspeitos detidos por envolvimento no assalto ao Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) na última segunda-feira (10). A decisão foi da juíza Blanche Maymone Pontes Matos, que acatou o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para relaxamento das prisões, alegando falta de provas concretas que ligassem os suspeitos ao crime.
Na decisão, a magistrada destacou que não havia elementos que comprovassem a participação dos detidos no assalto, tampouco conexão com as armas apreendidas pela polícia.
“Não há qualquer elemento que vincule os autuados a este crime, bem como à apreensão das armas, que, segundo os autos, foram encontradas em outro local”, afirmou a juíza.
Quadrilha especializada e fuga cinematográfica
Segundo a investigação da Polícia Civil, os criminosos estavam envolvidos no roubo de uma grande quantia em dinheiro de um empresário que opera três pontos comerciais no Ceasa.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que os assaltantes renderam funcionários e levaram o dinheiro. Onze minutos depois, outro vídeo mostra o grupo fugindo em um carro.
A TV Globo teve acesso a um relatório confidencial da polícia, que aponta a participação de ao menos oito homens na quadrilha. Um deles, identificado como ex-presidiário, alugou um imóvel no bairro da Estância, na Zona Oeste do Recife, usado como base do grupo. No local, a polícia flagrou a movimentação de veículos com placas adulteradas.
Troca de tiros e perseguição alucinante
O relatório detalha que, após a polícia tomar conhecimento do assalto, os suspeitos foram localizados trocando de veículos na Rua Coronel Fernando Machado, no bairro de Jardim São Paulo. Ao serem abordados, resistiram à prisão, dando início a uma intensa troca de tiros. Um dos criminosos, identificado como José Roberto, foi baleado e morreu no local.
A perseguição seguiu até a Avenida Recife, onde os suspeitos entraram na contramão, abandonaram um carro no Hospital da Mulher e sequestraram outro veículo, rendendo um motorista que estava no local. Os bandidos chegaram a apontar uma arma para a cabeça de um passageiro antes de fugirem.
A polícia encontrou na base da quadrilha três homens e um dos veículos roubados. Os outros carros utilizados no crime foram apreendidos e encaminhados ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).
Decisão judicial gera polêmica
Apesar do relatório da polícia detalhar o funcionamento da quadrilha e as circunstâncias da abordagem, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) afirmou que a juíza não identificou elementos suficientes para manter os suspeitos presos. O próprio MPPE recomendou a soltura dos investigados.
A TV Globo tentou contato com o MPPE para esclarecer o motivo do pedido de relaxamento das prisões, mas não obteve resposta. Já a Polícia Civil informou que “não comenta decisões judiciais”.
A soltura dos suspeitos reacende o debate sobre as dificuldades de comprovação de flagrante e a fragilidade das medidas cautelares em crimes patrimoniais, especialmente em casos envolvendo quadrilhas especializadas.