Médica investigada por falsificar uso de Mounjaro no Paraná é acusada de reutilizar seringa retirada do lixo

Segundo testemunha, Bruna Lopes teria mandado funcionário reaproveitar caneta descartada para aplicar em outro paciente; defesa nega.

Uma nova acusação agrava a situação da médica Bruna Lopes, presa no Paraná por aplicar medicamentos para emagrecimento de forma irregular: segundo relato de uma testemunha ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), ela teria reutilizado uma seringa retirada do lixo para fazer uma aplicação em um paciente desavisado.

O caso consta em uma medida cautelar à qual o g1 teve acesso e se soma a uma série de denúncias contra a profissional, presa em 15 de maio, em Maringá, por estelionato e propaganda enganosa. No dia seguinte, Bruna teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, e passou a cumprir a medida com tornozeleira eletrônica, na cidade de Colorado (PR).

Segundo o depoimento, Bruna mandou um funcionário resgatar a seringa de uma caneta de aplicação que havia sido usada em outro paciente:

“Acabava a caneta, era jogada no lixo. Mas, como a farmácia não vendia outra no mesmo dia, ela mandou tirar a caneta do lixo para usar em outro paciente. O paciente não sabia de nada”, diz o documento.


Lista de irregularidades vai de remédios falsos a uso de soro no lugar de medicação

De acordo com o MP-PR, a médica é investigada por uma série de condutas criminosas, incluindo:

  • Comércio ilegal de Mounjaro (ainda não liberado no Brasil à época);
  • Reaproveitamento e descarte irregular de seringas;
  • Troca de medicamentos sem consentimento do paciente;
  • Aplicação de soro fisiológico no lugar do remédio real;
  • Adulteração de rótulos, escondendo o nome de medicamentos mais baratos como Ozempic e Wegovy com etiquetas falsas do Mounjaro;
  • Falta de esterilização de equipamentos usados em procedimentos como endoscopia e colonoscopia;
  • Propaganda enganosa nas redes sociais.

A médica se apresentava como gastroenterologista e hepatologista, e oferecia tratamentos para emagrecimento com promessas de resultados rápidos. A investigação indica que ela importava ilegalmente pequenas quantidades de Mounjaro pelos Correios, mas, sem conseguir suprir a demanda, passou a enganar pacientes com substâncias diferentes.

Algumas das pessoas atendidas relataram à polícia terem desenvolvido reação adversa após as aplicações, e uma delas chegou a realizar tratamento com coquetéis para prevenir infecções, temendo contaminação.


Defesa nega acusações e diz que não há denúncia formal

O advogado da médica, Luciano Mazeto, afirmou que “não há denúncia formal protocolada” até o momento e que os procedimentos de descarte “foram seguidos corretamente”.

“A questão de reutilização de seringa beira o absurdo”, disse ele ao g1.


Funcionários denunciaram prática ao MP-PR

Em março deste ano, funcionários da clínica onde Bruna atuava procuraram o MP-PR para denunciar os atos que presenciaram. Segundo os relatos, eles temiam ser responsabilizados pelas irregularidades.

No dia 24 daquele mês, o MP-PR e a Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão na residência e no consultório da médica. Na época, o Mounjaro ainda não havia sido aprovado pela Anvisa — o que só aconteceu em abril, com restrições de venda mediante receita médica.

Até o momento, não há indícios de que os proprietários da clínica estavam cientes dos atos da médica.

🟥 MÉDICA É INVESTIGADA POR REUTILIZAR SERINGA RETIRADA DO LIXO NO PR

🩺 Bruna Lopes foi denunciada por usar caneta descartada em novo paciente durante aplicação de remédio para emagrecimento

📍 Maringá / Colorado (PR)


🔹 Presa por estelionato e propaganda enganosa
🔹 Reutilizou seringa já usada, segundo testemunha
🔹 Aplicava soro fisiológico no lugar de Mounjaro
🔹 Adulterava etiquetas e vendia medicamentos clandestinos
🔹 Pacientes não sabiam da troca e temem contaminação
🔹 Defesa nega acusações e diz que não há denúncia formal


⚠️ O Mounjaro não era liberado no Brasil à época dos fatos
🔎 Investigações seguem com MP-PR e Polícia Civil
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