Membro do “Novo Cangaço” é preso em Garanhuns
Foragido há mais de duas décadas, “Cabeludo” é preso em Garanhuns por duplo homicídio e ligação com o “Novo Cangaço”
Uma operação conjunta das Polícias Civis do Rio Grande do Norte e de Pernambuco resultou, nesta terça-feira (19), na prisão de Arivone Gonçalves da Silva, de 56 anos, conhecido como “Cabeludo”. Ele foi capturado em Garanhuns, no Agreste pernambucano, em cumprimento a um mandado de prisão definitiva expedido pela Vara Única da Comarca de Campo Grande (RN). Arivone foi condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato do agropecuarista Vicente Veras e de seu funcionário, Erismar, em 2003.
O crime ocorreu em Triunfo Potiguar (RN), quando as vítimas foram emboscadas por um grupo armado enquanto viajavam para Natal. Pistolas e fuzis foram usados no ataque, que ganhou repercussão pela brutalidade. A localização de Arivone em Garanhuns foi possível graças a informações compartilhadas entre as forças policiais.
Envolvimento com o “Novo Cangaço”
Apontado como integrante da quadrilha liderada por Valdetário Carneiro, um dos precursores do chamado “Novo Cangaço”, Arivone tem um extenso histórico de crimes violentos em diversos estados do país. Ele participou de assaltos a bancos, homicídios e ações coordenadas que marcaram o início dos anos 2000.
Entre os crimes mais emblemáticos está o assalto simultâneo às agências do Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em Macau (RN), em 2002. Na ocasião, cerca de 20 criminosos armados participaram da ação, que terminou com a morte do delegado Robson Luís de Medeiros Lira.
Arivone também esteve envolvido no assassinato do prefeito de Caraúbas (RN), Agnaldo Pereira, em 2001. A emboscada resultou na morte da esposa do prefeito, dois seguranças e um caseiro, sendo destaque nacional ao ser retratada no programa Linha Direta, da TV Globo.
Extensa ficha criminal
Além de crimes no Rio Grande do Norte, o condenado é investigado por uma série de delitos em estados como Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, São Paulo e Bahia. Sua captura representa um golpe significativo na desarticulação de grupos que aterrorizavam o país com ações típicas do “Novo Cangaço”.
A prisão de Arivone Gonçalves encerra uma longa caçada policial e reforça o combate às organizações criminosas que marcaram época com crimes de extrema violência e ousadia.