MICHELLE ENFRENTA FILHOS DE BOLSONARO E REJEITA APOIO A CIRO: “RAPOSA POLÍTICA QUE ATACOU NOSSA FAMÍLIA”

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que não apoiará Ciro Gomes (PSDB-CE), após críticas públicas feitas pelos enteados Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Em nota divulgada nesta segunda (02/12), Michelle disse que respeita os filhos do ex-presidente, mas rejeita qualquer aliança com o ex-governador cearense, a quem classificou como “raposa política”.

Segundo Michelle, Ciro “não é e nunca será de direita”, e teria sido responsável por narrativas que atacaram a imagem de Jair Bolsonaro.

“Como apoiar um homem que implantou a narrativa que rotulou meu marido como genocida? Como ficar feliz com o apoio a alguém que o chama de ladrão de galinha e frouxo?”, escreveu.

Michelle também afirmou que Ciro se orgulha de ter apresentado a petição que levou à inelegibilidade de Bolsonaro, e que sua adesão contradiz os valores que defende.

“Não basta derrotar o PT. É preciso fazê-lo mantendo os nossos princípios. Trocar Stalin por Lenin não é caminho”, declarou.

A ex-primeira-dama rebateu ainda a ideia de que estaria isolada dentro do clã Bolsonaro. Disse que ama os enteados, pediu perdão por “contrariá-los”, e afirmou que compreende a dor deles.

“Vivemos tempos difíceis. Podemos machucar quem não queremos”, escreveu.

O contexto

A crise começou após Michelle criticar, em ato político no Ceará, a aproximação de parte do PL com Ciro Gomes. Ela esteve presente no lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao governo estadual e atacou diretamente o acordo costurado por André Fernandes, presidente do PL no Ceará.

“Não tem como fazer aliança com um homem que ataca Bolsonaro e sua família”, disse no palco.

A fala provocou constrangimento entre aliados. Fernandes respondeu afirmando que o movimento havia sido “autorizado por Bolsonaro”. A declaração ganhou peso quando os três filhos do ex-presidente se alinharam contra Michelle.

Reação dos filhos

  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que Michelle “atropelou o próprio presidente”, descrevendo sua postura como “autoritária e constrangedora”.
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que André Fernandes apenas seguiu ordens:“Não vou discutir se o acordo é bom ou ruim. Foi decisão do meu pai.”
  • Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reforçou o posicionamento dos irmãos:“Temos que respeitar a liderança de meu pai.”

Bastidores

Embora Michelle diga que Bolsonaro não manifestou apoio a Ciro, parlamentares do PL afirmam que o ex-presidente avalizou a negociação no Ceará para ampliar alianças regionais. Internamente, lideranças avaliam que Michelle tenta impor uma linha “ideológica pura”, enquanto Bolsonaro e Valdemar Costa Neto operam na lógica de coalizão pragmática.

Diante da crise, o PL convocou reunião para tentar pacificar o grupo. Aliados classificaram a postura de Michelle como “precipitada”, dizendo que ela ignora acordos já firmados pelo ex-presidente.

A disputa expõe uma fissura importante: o bolsonarismo entre a retórica purista e a política real.


A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou uma nota pública nas redes sociais no dia 2 de dezembro, rejeitando qualquer apoio político a Ciro Gomes (PSDB-CE) e respondendo às críticas feitas pelos filhos do ex-presidente, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.
A seguir, os principais trechos da manifestação:


🔥 “CIRO GOMES É UMA RAPOSA POLÍTICA”

“Ciro Gomes não é, e nunca será, de direita. Nunca defenderá os nossos valores. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro.”

Michelle classificou o ex-governador cearense como alguém que atacou sistematicamente o ex-presidente:

“Como apoiar um homem que implantou a narrativa que rotulou o meu marido como genocida? Como ser feliz com o apoio a alguém que o chama de ladrão de galinha, de frouxo e tantos outros xingamentos?”


🟥 “NUNCA APOIAREI A CANDIDATURA DE CIRO GOMES”

Michelle afirmou que jamais concordará com uma aliança com o político que, segundo ela, “tanto mal causou” ao seu marido e à sua família.
Ela acusa Ciro de se orgulhar de ter contribuído para a inelegibilidade de Jair Bolsonaro:

“Como ser conivente com o apoio a uma raposa política que se diz orgulhoso por ter feito a petição que levou à inelegibilidade do meu marido e se diz satisfeito com a perseguição que ele tem sofrido?”


🟢 VALORES X POLÍTICA PRAGMÁTICA

A ex-primeira-dama rejeita alianças que visem apenas resultados eleitorais:

“Não basta derrotar o PT e a esquerda. É preciso fazê-lo mantendo-nos fiéis aos nossos valores e agirmos de maneira coerente com eles.”

Na postagem, Michelle ironizou o pragmatismo político:

“Derrotar o PT dessa forma seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin.”


💔 PEDIDO DE PERDÃO AOS ENTEADOS

Mesmo após os ataques dos filhos, Michelle adotou tom conciliador:

“Não foi minha intenção contrariá-los. Vivemos tempos difíceis. Enfrentamos tempestades de injustiças em mares de perseguição agitados.”

“Nesses períodos, é normal que os nervos fiquem à flor da pele e possamos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar.”

Ela afirmou que ama os filhos de Bolsonaro:

“Amo o meu marido, a minha filha e amo a vida dos meus enteados. Eu entendo e sofro a dor deles porque ela também é a minha dor.”


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