Ministro acusa TCU de atrasar ações contra fraudes no INSS; colega rebate

Walton Alencar diz que falhas expuseram aposentados; Cedraz nega e chama críticas de “descabidas”

O Tribunal de Contas da União (TCU) virou palco de embate nesta quarta-feira (1º/10). O ministro Walton Alencar Rodrigues acusou a Corte de ter falhado por não agir com rapidez em processos que investigavam descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, identificados desde abril de 2024.

Segundo Alencar, a lentidão teria permitido a continuidade de fraudes contra aposentados. Ele apontou diretamente o colega Aroldo Cedraz, relator do caso, que teria retirado o processo da pauta seis vezes ao longo de um ano.

“As vulnerabilidades já eram conhecidas desde 2024. Mas as medidas não foram aplicadas no tempo certo, comprometendo a proteção dos aposentados”, afirmou Alencar em relatório encaminhado também à CPMI do INSS.


Cedraz reage

Durante a sessão, Cedraz rebateu as críticas, classificando-as como “absolutamente descabidas”. O ministro alegou que as retiradas de pauta ocorreram por motivos externos, como emergências familiares, luto institucional e pedidos da Presidência do TCU.

“Estamos de cabeça erguida. Em momento oportuno divulgaremos os resultados dos trabalhos feitos pelo nosso gabinete em defesa de quem trabalhou pelo país”, disse Cedraz.


Entenda o caso

  • Abril de 2024 – TCU identificou vulnerabilidades que permitiam fraudes nos descontos do INSS.
  • 2024-2025 – Relator Aroldo Cedraz retirou o caso da pauta seis vezes antes da explosão do escândalo.
  • Abril de 2025 – Descontos indevidos vieram a público e geraram pressão política.
  • Maio de 2025 – Cedraz votou pela rejeição de recursos apresentados por aposentados e pelo próprio INSS.
  • Outubro de 2025 – Divergência aberta entre Walton Alencar e Aroldo Cedraz no plenário do TCU.

👉 Resumo rápido:

  • Walton Alencar diz que TCU demorou a agir contra fraude no INSS.
  • Cedraz é acusado de atrasar processos e rebate críticas.
  • CPMI do INSS cobra explicações sobre a morosidade.

Briga no TCU expõe atraso em medidas contra fraudes no INSS

Walton Alencar acusa Cedraz de travar processos; colega reage e chama críticas de “descabidas”

Tribunal de Contas da União (TCU) voltou a ser palco de divergências. Durante sessão nesta quarta-feira (1º/10), o ministro Walton Alencar Rodrigues acusou a Corte de não ter tomado providências no tempo adequado para conter os descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS.

Segundo ele, as vulnerabilidades do sistema já eram conhecidas desde abril de 2024, mas não houve medidas efetivas de contenção. O atraso, apontou Alencar, se deveu às sucessivas retiradas de pauta feitas pelo relator do caso, ministro Aroldo Cedraz.


O que disse Walton Alencar

Em relatório oficial, Alencar registrou:

“Embora os descontos nos proventos dos aposentados e pensionistas tenham sido amplamente divulgados em abril de 2025, as vulnerabilidades do sistema já haviam sido identificadas desde abril de 2024. No entanto, as medidas coercitivas não foram implementadas dentro do prazo adequado, comprometendo a eficácia de ações de controle necessárias para resguardar os aposentados.”

Ele destacou ainda que o processo foi retirado de pauta seis vezes em um ano, algo que classificou como “incomum” em mais de 30 anos de atuação no Tribunal.


A reação de Cedraz

Cedraz não deixou sem resposta. Durante a mesma sessão, chamou as críticas de “absolutamente descabidas” e disse que os comentários de Walton levantam “suspeitas infundadas”.

“Vossa excelência inseriu observações complementares absolutamente descabidas sobre suposta falta de celeridade. Os prazos dos recursos não impediram nem atrapalharam providências para monitoramento do caso.”

O ministro prometeu apresentar, “em momento oportuno”, o resultado das investigações conduzidas em seu gabinete.

“Estamos tranquilos e de cabeça erguida com o que fizemos até aqui. Darei conhecimento dos trabalhos em defesa dos valores de quem de fato trabalhou para engrandecer esse país.”


O impasse

  • Abril de 2024 – TCU detecta fragilidades no sistema do INSS que permitiam fraudes.
  • 2024-2025 – Processo é retirado de pauta seis vezes pelo relator Aroldo Cedraz.
  • Abril de 2025 – Escândalo dos descontos indevidos explode e chega ao Congresso.
  • Maio de 2025 – Cedraz vota pela rejeição de recursos de associações de aposentados.
  • Outubro de 2025 – Walton acusa TCU de falhar na proteção dos beneficiários; Cedraz reage.

👉 Em resumo: o embate entre os dois ministros do TCU expôs a falta de providências imediatas para conter a roubalheira no INSS, que já estava identificada um ano antes de virar escândalo público.

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