Ministro da Agricultura diz que Brasil não precisa mais de leilão de arroz
O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (3) que o Brasil não planeja realizar novos leilões para importar arroz no momento. Em entrevista ao programa Em Ponto, da Globonews, Fávaro destacou que os preços do arroz retornaram aos níveis normais após o período de especulação causado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que é responsável por 70% da produção nacional.
Durante o mês de maio, quando o estado foi afetado por enchentes devastadoras, o governo federal anunciou a intenção de realizar leilões para importação de arroz, apesar de associações locais afirmarem que a medida não era necessária, dado que a maior parte da safra já havia sido colhida.
Entretanto, os leilões planejados enfrentaram obstáculos. O primeiro, marcado para 21 de maio, foi suspenso, enquanto o último, em 6 de junho, foi posteriormente anulado devido a questões técnicas e financeiras envolvendo algumas empresas vencedoras, além de conflitos de interesses.
“Tivemos problemas, é fato, nós cancelamos esses leilões. Mas o fato real é que, com a sinalização de disponibilidade do governo de comprar arroz importado e abastecer o mercado brasileiro, além da volta da normalidade em estradas, os preços do arroz já cederam e voltamos aos preços normais”, explicou Fávaro. “Já temos arroz, em algumas regiões do país, a R$ 19, R$20, R$ 23 e R$ 25, o pacote de 5 quilos, o que está dentro da normalidade. Então, me parece que é mais plausível nesse momento a gente monitorar o mercado, não havendo especulação, na minha avaliação não se faz necessário novos leilões”, acrescentou o ministro.
Inicialmente, o arroz importado seria vendido por R$ 20 o pacote de 5 quilos, com rótulo do governo. No entanto, conforme o Procon-SP, o preço médio do mesmo pacote em São Paulo está em torno de R$ 29,42.
Fávaro também anunciou que o governo se reunirá com representantes da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul e da indústria para discutir medidas de estabilidade de preços e melhorias na logística e no transporte.
“Vamos buscar compromissos para estimular a produção, se necessário, mas por ora, com a estabilização dos preços, novos leilões de importação não são necessários”, concluiu o ministro.