Mulher é condenada e presa por injúria racial em Caruaru
A 4ª Vara Criminal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, condenou Ilária Lindalva da Silva a dez anos e seis meses de reclusão, além de um mês de detenção, por racismo. A decisão foi tomada em resposta a uma Ação Penal movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Lindalva foi sentenciada após ter agredido verbalmente uma família residente no bairro Cidade Jardim com ofensas discriminatórias ao longo de dois anos.
“O caso é de grande repercussão na cidade, pois a família inteira sofreu diversos tipos de agressões em razão de sua raça por dois anos ininterruptos. Durante todo esse tempo, manteve-se confiante na Justiça”, comentou a Promotora de Justiça Themes Costa.
Os depoimentos da família confirmam que sofreram constantes injúrias raciais, com a vizinha utilizando termos pejorativos como “bando de macacos” e “família de macacos”, e dirigindo insultos a cada membro da família com nomes relacionados a primatas.
Além das ofensas verbais, Lindalva também atacava o lar das vítimas com fezes de cachorro, bananas, pedras, paus, garrafas e tijolos, e ameaçava incendiar o carro da família. Um dos alvos de suas agressões foi um garoto de 7 anos, que ficou tão traumatizado que passou a evitar sair para brincar com os amigos, nem mesmo no quintal de sua casa. A violência também afetou a saúde de uma senhora de 72 anos, cuja condição piorou em decorrência dos ataques.
“A atuação da Promotoria de Justiça e a resposta do Judiciário nessa situação de racismo ocorrida em Caruaru deixam clara a mensagem para a população de que não se tolera esse crime. Dá uma sensação de segurança e Justiça”, afirmou Ivana Botelho, Coordenadora do GT Racismo do MPPE.
