Novo PAC emperra nos estados: só 11% das obras foram licitadas até agora

📍 R$ 44 bilhões parados — maioria das obras previstas em parceria com prefeituras e governos estaduais ainda não saiu do papel

Apesar do marketing em torno do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), as obras tocadas por estados e municípios seguem praticamente paralisadas. Levantamento oficial mostra que, dos R$ 48,8 bilhões firmados com entes federados, apenas R$ 5,5 bilhões (11,4%) foram licitados desde 2023.

O restante — mais de R$ 44 bilhões em promessas — ainda está travado em projetos de mobilidade urbana, saneamento, saúde, educação e infraestrutura básica, sem previsão concreta para sair do papel.

🔎 Os dados são do TransfereGov, sistema do governo federal que acompanha transferências voluntárias.

Exemplos do atraso:

  • ✈️ O aeroporto de Maringá (PR) aguarda licitação, mesmo após assinatura de acordo prevendo R$ 118 milhões da União.
  • 💧 A construção de uma adutora em Campina Grande (PB), estimada em R$ 192 milhões, também está parada.
  • 🏗️ Das 72 obras acima de R$ 100 milhões, só 12 têm licitação concluída.

Governo culpa entraves burocráticos

Segundo a Casa Civil, 66% dos projetos com documentação entregue já podem ser licitados. Mas só 16% das propostas estão, de fato, com editais prontos ou obras iniciadas.

O Ministério da Saúde afirmou que boa parte das obras sob sua responsabilidade ocorre via transferências “fundo a fundo”, que não exigem autorização prévia para licitação. Mesmo assim, 477 projetos da Saúde ainda não iniciaram o processo.

Ritmo ameaça impacto eleitoral

Especialistas alertam: se os entraves continuarem, é improvável que muitas obras estaduais e municipais fiquem prontas antes das eleições de 2026.

“Além da baixa execução, o Brasil investe pouco. Os países asiáticos aplicam 35% do PIB. Aqui, estamos em 17%, o menor patamar da história.”
— Marcus Pestana, diretor do Instituto Fiscal Independente (IFI)

Números do PAC nos entes federados (segundo a Casa Civil):

  • R$ 46,5 bilhões em 7.940 propostas
  • 2.794 obras (R$ 16,4 bilhões) aptas a licitação
  • 1.290 obras (R$ 2,8 bilhões) com licitação concluída
  • 1.905 projetos (R$ 3 bilhões) já em execução ou concluídos

📌 SÓ 11% DAS OBRAS FORAM LICITADAS

  • Dos R$ 48,8 bilhões firmados com estados e municípios, apenas R$ 5,5 bilhões (11,4%) foram licitados.
  • Isso significa que cerca de R$ 44 bilhões em obras ainda não saíram do papel.

🏗️ TIPOS DE OBRAS PARADAS

  • Transporte público, saneamento, drenagem, escolas, hospitais, pavimentação e requalificação urbana.
  • Das 72 obras com orçamento acima de R$ 100 milhões, apenas 12 tiveram licitação concluída.

📉 CAUSAS DO ATRASO

  1. Documentação dos municípios: Muitos estão inadimplentes ou ainda elaborando projetos técnicos.
  2. Burocracia federal: Mesmo com projetos prontos, a liberação para licitação depende de análise dos ministérios.
  3. Falta de capacidade técnica local: Municípios têm dificuldades para elaborar projetos e cumprir exigências legais.
  4. Mudança de gestão municipal: Como no caso do aeroporto de Maringá, que teve o projeto revisto pela nova gestão.

📊 DADOS DA CASA CIVIL (OUTRO RECORTE)

  • Dos 7.940 termos assinados, só 2.794 (35%) estão aptos a licitar.
  • Apenas 1.290 (16%) com licitação concluída, e 1.905 (24%) em execução ou concluídos.

🩺 SAÚDE É EXCEÇÃO PARCIAL

  • Ministério da Saúde afirma que 82% das obras fundo a fundo (modelo sem necessidade de aval prévio) já estão em execução ou licitadas.
  • Isso representa R$ 5,9 bilhões empenhados em 1.754 projetos.

📉 IMPACTO ELEITORAL EM XEQUE

  • Diante do ritmo lento, é improvável que boa parte das obras fiquem prontas até as eleições de 2026, o que compromete o apelo político do PAC.

💬 FRASE-CHAVE

“OS PAÍSES ASIÁTICOS INVESTEM 35% DO PIB. O BRASIL ESTÁ EM 17%, O MENOR PATAMAR DA HISTÓRIA — E AINDA ASSIM COM PROBLEMAS DE EXECUÇÃO”,
DIZ MARCUS PESTANA, DIRETOR DO INSTITUTO FISCAL INDEPENDENTE DO SENADO.

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