Operação Integration: MPPE acusa juíza de ‘abusos’ e pede processo disciplinar
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou um recurso ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) nesta sexta-feira (6), acusando a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, de cometer “abusos” e “arbitrariedades” no âmbito da Operação Integration. O órgão também solicita a abertura de um processo disciplinar contra a magistrada.
A Operação Integration investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar. Entre os alvos estão o cantor Gusttavo Lima, a influencer Deolane Bezerra e empresários ligados a casas de apostas esportivas.
Acusações do MPPE
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirma que a juíza tenta forçar o MPPE a apresentar denúncia contra os investigados, mesmo sem provas suficientes. O recurso também acusa a magistrada de “ofensas e insinuações” contra os promotores, além de decisões que ignoram o papel constitucional do Ministério Público.
Os promotores destacam que a juíza Andréa Calado estaria “faltando com a verdade” ao afirmar que as diligências solicitadas foram concluídas. Eles alegam que a quebra de sigilo bancário, considerada essencial para o avanço do caso, ainda não foi analisada.
Decisão contestada
O recurso foi apresentado após a juíza determinar, pela segunda vez, que o MPPE se manifestasse sobre o caso em cinco dias. Anteriormente, o órgão já havia solicitado o arquivamento parcial das investigações contra Gusttavo Lima e outros quatro empresários, pedido que foi recusado por Andréa Calado.
“O erro grave, motivado pela aparente falta de isenção, é o de pretender impor o oferecimento da denúncia sem a conclusão das investigações”, afirmam os promotores no documento encaminhado ao TJPE.
Críticas à condução da magistrada
O MPPE argumenta que a postura da juíza seria “típica de quem aparenta paixão pela investigação” e não consegue manter a imparcialidade exigida pelo cargo. Segundo o Gaeco, a magistrada teria agido em desacordo com o papel do MPPE como titular exclusivo da ação penal.
Os promotores também citam decisões tomadas sem consulta ao Ministério Público e indicam que a magistrada estaria tentando “impor uma solução indevida” ao caso.
O que diz a defesa
Até o momento, não houve manifestação da juíza Andréa Calado sobre as acusações. O Tribunal de Justiça de Pernambuco ainda não informou se dará seguimento ao pedido de abertura de processo disciplinar.
A Operação Integration segue em tramitação, e a expectativa é que o caso continue gerando desdobramentos judiciais.
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