OPERAÇÃO SINTONIA FINA DESMANTELA REDE DE TRÁFICO LIGADA AO PCC EM PERNAMBUCO
Polícia Federal prende 18 pessoas e apreende 8 toneladas de drogas em megaoperação no Grande Recife
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Sintonia Fina, maior ação contra o crime organizado ligado ao tráfico de drogas em Pernambuco nos últimos anos. A operação resultou na prisão de 18 pessoas e desarticulou uma organização criminosa que movimentou R$ 328 milhões em apenas um ano através de empresas de fachada e contas de “laranjas”.
Números da Operação
A ação, coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Pernambuco (FICCO) com apoio da Polícia Civil, mobilizou recursos expressivos:
- 21 mandados de prisão expedidos (18 cumpridos, 3 foragidos)
- 31 mandados de busca e apreensão (todos cumpridos)
- 11 cidades investigadas em três estados
- 8 toneladas de drogas apreendidas
- R$ 328 milhões movimentados pelo grupo em um ano
Ligação com o PCC
A investigação revelou uma sofisticada rede de relacionamentos entre a quadrilha pernambucana e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o delegado da Polícia Federal Márcio Tenório, a parceria garantia exclusividade no fornecimento de drogas para o mercado pernambucano.
“A partir do momento em que a organização criminosa daqui do estado se associa ao PCC, ela passa a distribuir exclusivamente droga fornecida pelo Primeiro Comando da Capital”, explicou Tenório em entrevista coletiva.
O Intermediário Paraibano
A conexão entre os grupos criminosos era facilitada por um paraibano, integrante da alta cúpula do PCC, capturado no interior de São Paulo. Segundo a investigação, este indivíduo:
- Integra a alta cúpula do PCC
- Era responsável pelo elo entre as organizações
- Gerenciava o fornecimento de drogas para grupos criminosos regionais
- Fez o primeiro contato entre as organizações
Estrutura Operacional
A organização criminosa demonstrou alta capacidade de articulação, mantendo atividades mesmo após a prisão de seu líder, que se encontra detido em presídio federal. O grupo atuava através de:
- Empresas de fachada no setor de varejo
- Contas bancárias em nome de terceiros (“laranjas”)
- Rede de distribuição no Grande Recife e interior
- Parcerias com outras facções criminosas
Abrangência Geográfica
Os mandados foram cumpridos em 11 municípios:
Pernambuco: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Igarassu, Abreu e Lima, Itaquitinga, Paudalho, Tacaimbó e Caruaru
Outros estados: Campo Grande (MS) e Itanhaém (SP)
Apreensões Significativas
Durante os dois anos de investigação, foram registradas apreensões expressivas:
- Quase 5 toneladas de cocaína em uma única apreensão
- Quantidades significativas de “skunk” (maconha de alta potência)
- Armas de fogo e munições
- Dinheiro em espécie
- Equipamentos utilizados no tráfico
Lavagem de Dinheiro
A investigação identificou um complexo esquema de lavagem de ativos financeiros. Os R$ 328 milhões movimentados em um ano evidenciam a dimensão econômica da operação criminosa, que utilizava empresas legais para mascarar recursos ilícitos.
A Justiça determinou o bloqueio dos bens dos investigados como medida para impedir a continuidade dos crimes e garantir eventual reparação dos danos causados à sociedade.
Crimes Investigados
A organização criminosa é investigada pela prática de:
- Tráfico de drogas em larga escala
- Homicídios relacionados ao controle territorial
- Lavagem de dinheiro através de empresas
- Associação criminosa qualificada
- Tráfico de armas
Investigação Continuada
Segundo o delegado Márcio Tenório, as investigações prosseguem para aprofundar o conhecimento sobre as atividades da quadrilha. “As diligências continuam para aprofundar o conhecimento sobre as atividades ilegais da quadrilha”, afirmou.
A Polícia Federal informou que não divulgará mais detalhes sobre as empresas de fachada identificadas para não prejudicar operações futuras contra o crime organizado.
Impacto Regional
A operação representa um golpe significativo contra o tráfico de drogas no Grande Recife, região que concentra grande parte do mercado consumidor e serve como porta de entrada para entorpecentes destinados ao interior do estado e outras regiões do Nordeste.
A desarticulação dessa rede pode impactar temporariamente o fornecimento de drogas na região, forçando reorganizações no crime organizado local.
Próximos Passos
Os 18 presos serão encaminhados ao sistema penitenciário para cumprir prisão preventiva enquanto respondem pelos crimes. A busca pelos três foragidos continua, com a possibilidade de novas prisões nos próximos dias.
A investigação segue sob sigilo para preservar futuras operações e garantir que outros integrantes da rede criminosa sejam identificados e capturados.
A operação demonstra a crescente sofisticação do crime organizado em Pernambuco e a necessidade de ações integradas entre diferentes forças de segurança para combater efetivamente essas organizações.
