Organizações Envolvidas em Fraudes de R$ 6,5 Bi no INSS Têm Assento nos Conselhos de Lula
Entidades que desviaram bilhões em aposentadorias fazem parte de grupos consultivos em áreas chave, como saúde e direitos humanos. A gestão Lula deu maior espaço a essas organizações, que eram menos presentes no governo Bolsonaro.

Na imagem, Lula e Aristides Santos, presidente da Contag, organização indicada como a que teve o maior número de fraudes em aposentadorias; ele integra o Conselhão
Organizações suspeitas de envolvimento em fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão bem posicionadas dentro da estrutura do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com assento em pelo menos 16 conselhos e grupos consultivos que influenciam políticas públicas em áreas como saúde e direitos humanos.
Entre as principais entidades investigadas, destaca-se a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das mais envolvidas nos esquemas de fraude, responsável pelo desvio de quantias expressivas dos aposentados. Segundo relatório da Controladoria Geral da União (CGU), a Contag ocupa posição em todos os 16 conselhos mapeados pelo Poder360, incluindo o Conselhão, o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que assessora diretamente o presidente da República.
A CGU identificou que a Contag lidera o ranking de fraudes, com envolvimento em desvios de até R$ 6,5 bilhões. Este valor foi obtido por meio de descontos indevidos nas aposentadorias de milhões de beneficiários. O sindicato nacional Sindnapi, que também aparece em diversos conselhos, tem atuação similar.
Na gestão Bolsonaro, a presença dessas entidades foi mais restrita, mas a administração atual ampliou consideravelmente a participação delas em instâncias decisórias, evidenciando uma possível relação mais estreita entre o governo e organizações acusadas de desviar recursos dos aposentados.
O Papel dos Conselhos no Governo Lula:
Esses conselhos não são apenas espaços consultivos. Eles influenciam diretamente decisões de políticas públicas e a elaboração de projetos de lei. A Contag, por exemplo, tem assento no Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Comitê Orientador do Fundo Amazônia e no Fórum Nacional de Educação, entre outros. O acesso a esses espaços estratégicos oferece a essas organizações uma plataforma para exercer influência política e econômica sobre áreas chave da administração pública.
O Crescimento das Fraudes:
As fraudes começaram a crescer substancialmente em 2022, com uma aceleração notável após a posse de Lula. Em um relatório de auditoria divulgado pela CGU em abril de 2025, a Controladoria confirmou que 97,6% dos aposentados não autorizaram os descontos que foram feitos em seus benefícios. Os valores dos descontos passaram de R$ 706,2 milhões, em 2022, para R$ 2,8 bilhões em 2024, o que indica a magnitude do problema.
Além disso, foram registradas 192 mil solicitações de cancelamento de descontos indevidos até abril de 2024. A CGU também apontou que 70% das entidades envolvidas nos acordos de cooperação técnica com o INSS não entregaram a documentação necessária para comprovar a regularidade dos serviços prestados.
Ação da Polícia Federal:
Em resposta a essas irregularidades, a Polícia Federal deflagrou em abril de 2025 a operação “Sem Desconto”, que visa desmantelar o esquema de fraudes. A operação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e prendeu temporariamente seis pessoas, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. As investigações revelaram indícios de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Reações Oficiais:
Embora o governo Lula defenda que a participação de conselheiros em processos decisórios seja de “relevante interesse público”, a presença de organizações investigadas por fraudes levanta sérias questões sobre a relação entre o Executivo e essas entidades.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria Geral argumentam que os conselheiros atuam de forma voluntária e têm uma participação significativa na formulação de políticas públicas para a agricultura familiar e outros setores. Já a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, por meio do CNDPI, declarou que está colaborando com as investigações e reafirmou o compromisso com a proteção dos direitos dos idosos.
Conclusão:
O envolvimento de entidades investigadas por fraudes com o governo Lula, especialmente em conselhos estratégicos, levanta questionamentos sobre a influência dessas organizações nas decisões políticas e sobre a responsabilidade do governo no combate à corrupção e à má gestão no INSS. A transparência nas investigações e a punição dos responsáveis serão fundamentais para garantir a confiança da população nas instituições públicas.
1. Participação Ativa de Organizações Suspeitas nos Conselhos de Lula
Organizações suspeitas de envolvimento em fraudes bilionárias no INSS, como a Contag, estão presentes em 16 conselhos e grupos consultivos de alto nível no governo Lula, incluindo o Conselhão, que assessora diretamente o presidente.
2. Ampliação do Acesso a Entidades Suspeitas
Enquanto no governo Bolsonaro a presença dessas organizações era mais restrita, o governo Lula ampliou o espaço para entidades como a Contag e o Sindnapi. Esses grupos agora ocupam posições em conselhos de ministérios chave, como o de Desenvolvimento Agrário e a Secretaria Geral.
3. Conselhos Influentes com Organizações Suspeitas
A Contag, uma das principais entidades investigadas por fraudes, tem assento em conselhos como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), o Comitê Orientador do Fundo Amazônia e o Fórum Nacional de Educação. Sua influência em áreas cruciais como a segurança alimentar e o meio ambiente levanta questionamentos sobre a relação entre o governo e essas entidades.
4. Proximidade com a Gestão Lula
A Contag tem uma longa história de proximidade com o governo Lula, com seu presidente, Aristides Veras dos Santos, sendo um forte aliado do petista. Ele participou ativamente da campanha de reeleição de Lula em 2022 e mantém encontros frequentes com o presidente.
5. Escalada das Fraudes Durante o Governo Lula
As fraudes no INSS começaram a crescer de forma acelerada a partir de 2022, com um pico significativo em 2023 e 2024, quando o governo Lula reassumiu o poder. Isso gerou um aumento exponencial nas reclamações de aposentados, sugerindo que algo estava errado na gestão das aposentadorias.
6. Investigação Federal Sob Governo Lula
Em resposta ao escândalo, o governo Lula tem acompanhado de perto a investigação conduzida pela Polícia Federal, que deflagrou a operação “Sem Desconto” em abril de 2025. A operação revelou fraudes envolvendo descontos não autorizados de mensalidades associativas dos benefícios de aposentados.
7. Declarações de Órgãos Oficiais
Diversos ministérios, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Secretaria Geral, defendem que a presença dessas organizações nos conselhos é de “interesse público”, mas a relação entre as entidades investigadas e o governo Lula continua sendo um ponto sensível, à medida que as fraudes são mais apuradas.
8. Ações do Governo para Combater as Fraudes
O governo Lula, após a descoberta das fraudes, tomou medidas para suspender acordos de cooperação com entidades suspeitas e determinou auditorias rigorosas nas entidades que fazem descontos no pagamento dos benefícios dos aposentados, mas a fiscalização ainda está em andamento.