PEDÁGIO DO PODER: PF revela que deputados cobravam 12% sobre emendas em esquema bilionário
Líder de Lula na Câmara é citado em sistema “institucionalizado de corrupção” onde parlamentares cobravam “imposto” sobre verbas públicas


A Polícia Federal revelou nesta terça-feira (8) um esquema bilionário que funcionava como um “pedágio do poder”: deputados federais cobravam 12% de propina sobre o valor das emendas parlamentares destinadas a municípios cearenses, em uma prática que a PF classifica como “corrupção institucionalizada”.
No centro do escândalo está José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara, citado em diálogos interceptados como participante do esquema que transformou dinheiro público em fonte de enriquecimento ilícito.
O “PEDÁGIO” REVELADO
Nos grampos da PF, os criminosos tratavam a propina de 12% como “pedágio” ou “imposto” sobre cada emenda liberada. O mecanismo era simples e devastador:
💰 COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA:
- Deputado indica emenda para município
- Prefeitura recebe o dinheiro público
- Empresa favorecida ganha licitação direcionada
- 12% volta como propina para o parlamentar
- Recursos financiam campanhas eleitorais clandestinas
LÍDER DE LULA NA MIRA
José Guimarães, braço direito de Lula no Congresso, aparece em diálogos comprometedores onde Bebeto do Choró(operador do esquema) cita:
- R$ 2 milhões liberados para Choró
- Emendas para saúde e pavimentação com cobrança de pedágio
- Rompimento político quando ex-prefeita se recusou a pagar os 10%
GRAMPOS DEVASTADORES
As interceptações da PF revelam conversas onde os criminosos discutiam abertamente:
🎧 TRECHOS DOS GRAMPOS:
- Bebeto menciona que Eunício informou sobre liberação de Guimarães
- “R$ 2 milhões para Choró” – valor citado como vindo de Guimarães
- “R$ 1 milhão para Canindé” – emenda atribuída a Eunício
- “Alguma cidade sua” – Yuri do Paredão conhecia o esquema
TRÊS DEPUTADOS CITADOS

🎯 OS PARLAMENTARES ENVOLVIDOS:
🔴 JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE)
- Líder do governo Lula na Câmara
- Citado em grampos como liberador de R$ 2 milhões
- Ex-prefeita se recusou a devolver 10% de suas emendas
🔴 EUNÍCIO OLIVEIRA (MDB-CE)
- Ex-presidente do Senado
- R$ 1 milhão para Canindé citado em áudios
- Pediu suspensão da transferência após operação
🔴 YURI DO PAREDÃO (MDB-CE)
- Conversas diretas com Bebeto interceptadas
- Conhecia o esquema (“alguma cidade sua”)
- Questionava limites de investimento em saúde
OPERADOR DO ESQUEMA FORAGIDO
Carlos Alberto Queiroz (“Bebeto”) é o cérebro da operação:
- Eleito prefeito de Choró em 2024
- Impedido de tomar posse pela Justiça
- Atualmente foragido da Polícia Federal
- Centralizava as negociações de propina
CORRUPÇÃO INSTITUCIONALIZADA
A PF classificou o esquema como “prática institucionalizada de corrupção” onde:
- Emendas viravam negócio privado
- Municípios eram “escolhidos” previamente
- Licitações eram direcionadas para empresas do grupo
- Propina era percentual fixo de 10-12%
CAMPANHAS FINANCIADAS COM DINHEIRO PÚBLICO
O dinheiro desviado abasteceu campanhas eleitorais de 2024:
- Candidatos aliados de Júnior Mano
- Prefeituras do interior do Ceará
- Compra de votos massiva
- Manipulação eleitoral sistêmica
DEFENSAS DESESPERADAS
🗣️ JOSÉ GUIMARÃES (NEGAÇÃO)
“Não destinei emendas parlamentares à localidade de Choró. Nas eleições municipais, disputamos contra o atual prefeito”
🗣️ EUNÍCIO OLIVEIRA (JUSTIFICATIVA)
“Destina emendas de forma transparente para dezenas de municípios cearenses”
🗣️ YURI DO PAREDÃO (TRANSPARÊNCIA)
“Todos os recursos estão disponíveis no Portal da Transferência da Câmara”
OPERAÇÃO UNDERHAND EM AÇÃO
A Operação Underhand autorizou:
- Busca no gabinete de Júnior Mano na Câmara
- Apreensões em Brasília e Fortaleza
- Investigação específica dos três deputados citados
- Quebra de sigilo de comunicações
STF AUTORIZA INVESTIGAÇÃO
O ministro Gilmar Mendes autorizou “diligências investigativas específicas” para:
- Esclarecer o conteúdo das conversas
- Verificar a veracidade das acusações
- Apurar a finalidade das indicações de emendas
- Investigar possível participação dos deputados
EX-PREFEITA HEROÍNA
Uma ex-prefeita de Canindé se tornou testemunha-chave ao:
- Recusar-se a devolver 10% das emendas
- Romper com o grupo político por questões éticas
- Denunciar a cobrança de propina
- Confirmar a existência do esquema
💥 BOMBA NO GOVERNO LULA
A revelação de que o próprio líder do governo está citado em esquema de corrupção representa o maior escândalo político do mandato de Lula. Como governar com o braço direito investigado?
🕳️ SISTEMA PODRE
O “pedágio das emendas” expõe como o sistema político brasileiro funciona: verbas públicas se transformam em fonte de enriquecimento privado com percentuais fixos de propina.
⚖️ JUSTIÇA EM MARCHA
A Operação Underhand pode ser apenas o começo de investigações que podem derrubar esquemas similares em outros estados. O STF mostrou que não há intocáveis.
🚨 CRISE DE GOVERNABILIDADE
Com o líder governista citado em corrupção, Lula enfrenta sua maior crise política. Como manter a articulação no Congresso com o principal aliado investigado?