Perícia revela fraude em relatório que justificou operação de Moraes contra empresários

Documento da PF foi criado 6 dias APÓS a ação já ter sido executada, mas aparece com data anterior

DAVID AGAPE

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Brasília — Uma perícia técnica comprova que o relatório usado para justificar a operação contra empresários bolsonaristas em agosto de 2022 foi produzido depois da ação já ter acontecido. O documento, que deveria ter sido feito antes para embasar os mandados de busca e apreensão, na verdade foi criado 6 dias após a Polícia Federal já ter cumprido as ordens.

O que a perícia descobriu

O relatório assinado pelo delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Shor aparece datado de 19 de agosto de 2022. Porém, a análise dos metadados (informações ocultas no arquivo) revela que o documento PDF só foi realmente criado em 29 de agosto de 2022, às 14h55.

Cronologia do escândalo:

  • 19 de agosto: data que aparece no relatório
  • 23 de agosto: Polícia Federal executa operação contra empresários
  • 29 de agosto: data real de criação do documento (6 dias depois)

Como funciona uma investigação legal

Em procedimentos normais, a sequência deveria ser:

  1. Polícia produz relatório com evidências
  2. Juiz analisa o relatório
  3. Juiz autoriza a operação
  4. Polícia executa os mandados

No caso investigado, a ordem foi invertida:

  1. Operação foi executada primeiro
  2. Relatório foi criado depois para “justificar”

Problemas técnicos encontrados

Assinaturas falsas: As duas assinaturas do delegado Shor no documento são graficamente idênticas – ou seja, são cópias da mesma imagem colada no texto. Em documentos autênticos, assinaturas manuscritas sempre apresentam pequenas variações.

Falta de certificação digital: O relatório não possui assinatura digital qualificada (ICP-Brasil), obrigatória em documentos oficiais para garantir autenticidade.

Transplante digital: Os peritos identificaram que as assinaturas foram “transplantadas” – técnica comum em manipulação de documentos eletrônicos.

Quem fez a perícia

O laudo foi produzido pelos peritos Reginaldo e Jacqueline Tirotti, reconhecidos como alguns dos maiores especialistas do Brasil em:

  • Perícia digital
  • Detecção de fraudes em arquivos eletrônicos
  • Análises para Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal

A operação contra os empresários

Em 23 de agosto de 2022, a Polícia Federal cumpriu mandados contra empresários como:

  • Luciano Hang (dono da Havan)
  • Meyer Nigri (Tecnisa)

Medidas aplicadas:

  • Bloqueio de perfis nas redes sociais
  • Apreensão de celulares
  • Quebra de sigilo bancário

Base da operação: Mensagens privadas do grupo de WhatsApp “Empresários & Política”, expostas dias antes pelo portal Metrópoles.

Rede informal de informações

Reportagens anteriores já haviam revelado como as informações chegaram ao gabinete de Alexandre de Moraes:

Os personagens:

  • “Bruxa” (jornalista Letícia Sallorenzo): repassava informações ao TSE
  • Lucas Mesquita (jornalista infiltrado): extraiu conteúdo do grupo privado dos empresários
  • Eduardo Tagliaferro (ex-assessor): confeccionava relatórios com data retroativa

O esquema:

  1. Lucas Mesquita copiava mensagens do grupo privado
  2. “Bruxa” entregava material ao gabinete de Moraes
  3. Tagliaferro recebia ordens para criar relatórios “datados” do passado

Violação de regras legais

Cadeia de custódia rompida: As mensagens foram repassadas informalmente, sem perícia oficial ou registro adequado, violando o Código de Processo Penal.

Segundo advogados: “Prints de WhatsApp entregues informalmente não oferecem garantia de autenticidade. Criar documentos posteriores e datá-los como anteriores pode configurar falsidade ideológica e abuso de autoridade.”

Depoimento no Senado

Na última terça-feira (2), Eduardo Tagliaferro confirmou no Senado que recebia ordens para:

  • Confeccionar relatórios com data retroativa
  • Criar mapas mentais ligando empresários a supostos financiadores
  • “Construir uma história” para dar aparência de legalidade

Histórico do delegado Shor

Fábio Alvarez Shor já esteve envolvido em outras controvérsias:

  • Caso Filipe Martins: Usou documento falso sobre entrada nos EUA (posteriormente removido do sistema americano)
  • Mariana Eustáquio: Filha do jornalista Oswaldo Eustáquio foi alvo baseado em referências “frágeis”
  • Marcel van Hattem: Deputado foi indiciado após questionar relatórios de Shor

Posição dos órgãos

Procuradoria-Geral: À época, a vice-procuradora Lindôra Araújo considerou as medidas desproporcionais e defendeu arquivamento por ausência de justa causa.

Ministério Público: Avaliou que mensagens não configuravam crime, tratando-se de opiniões em ambiente privado protegidas pela liberdade de expressão.

Resposta oficial

Procurados pela reportagem, nem a Polícia Federal nem o delegado Shor responderam sobre as conclusões da perícia.

O gabinete de Alexandre de Moraes enviou nota genérica afirmando que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados”, mas não respondeu especificamente sobre:

  • A fraude temporal identificada na perícia
  • O uso de material de colaboradores externos
  • As denúncias de relatórios retroativos

Possíveis consequências

Se confirmadas as irregularidades:

  • Nulidade dos atos processuais
  • Responsabilização penal dos envolvidos
  • Crime de responsabilidade (ministros do STF)
  • Revisão de decisões baseadas no relatório fraudulento

O que isso significa

Esta perícia comprova tecnicamente algo grave: um documento oficial que deveria justificar uma operação policial foi criado depois da ação já ter acontecido. Isso sugere que a operação foi executada primeiro e a justificativa foi fabricada posteriormente.

Em um Estado de Direito, as evidências devem vir antes das decisões judiciais, não depois.


A reportagem está amparada pelo artigo 220 da Constituição Federal e pelos artigos 13 e 14 do Pacto de San José da Costa Rica.

PERÍCIA COMPLETA

DESTAQUES DO LAUDO PERICIAL

🔴 CONCLUSÃO PRINCIPAL

FRAUDE TEMPORAL COMPROVADA

O relatório da PF apresenta “antedatação e ausência de autenticação inequívoca”, configurando possível falsificação de documento oficial.


📋 DADOS TÉCNICOS REVELADOS

METADADOS DO ARQUIVO PDF

  • Arquivo analisado: “Representações PF – Pet. 10.543”
  • Fonte: Site oficial do STF
  • Data aparente no documento: 19 de agosto de 2022
  • Data real de criação: 29 de agosto de 2022, às 14h55
  • Discrepância temporal: 10 dias (6 dias após a operação)

ANÁLISE DAS ASSINATURAS

  • Tipo encontrado: Transplante digital de assinatura
  • Características: Duas rubricas graficamente idênticas
  • Comportamento: Funcionam como imagens sobrepostas
  • Certificação digital: Ausente (sem ICP-Brasil)
  • Conclusão: Não garantem autoria inequívoca

⚖️ VIOLAÇÕES IDENTIFICADAS

ASPECTOS LEGAIS COMPROMETIDOS

  1. Cadeia de custódia rompida
    • Material repassado informalmente
    • Sem perícia oficial
    • Violação do Código de Processo Penal
  2. Autenticidade questionável
    • Prints de WhatsApp sem verificação
    • Origem através de infiltrado
    • Entrega direta ao gabinete ministerial
  3. Procedimento irregular
    • Documento criado APÓS a operação
    • Data falsificada para parecer anterior
    • Justificativa fabricada posteriormente

🔬 METODOLOGIA PERICIAL

PERITOS RESPONSÁVEIS

  • Reginaldo Tirotti
  • Jacqueline Tirotti
  • Especialização: Perícia digital e documentoscopia
  • Experiência: Décadas de análises para Judiciário, MP e PF
  • Reconhecimento: Maiores especialistas do país na área

TÉCNICAS UTILIZADAS

  • Extração de metadados: Informações invisíveis do arquivo
  • Validação de integridade: Verificação de alterações
  • Análise temporal: Comparação de datas e horários
  • Exame de assinaturas: Identificação de transplantes digitais

📊 CRONOLOGIA DA FRAUDE

LINHA DO TEMPO REVELADA

  • 19/08/2022: Data FALSA que aparece no relatório
  • 23/08/2022: Operação executada pela PF (SEM justificativa prévia)
  • 29/08/2022: Data REAL de criação do documento
  • 29/08/2022: Ministro Moraes retira sigilo e torna público

INVERSÃO DO PROCESSO LEGAL

Sequência CORRETA:

  1. Relatório é produzido
  2. Juiz analisa evidências
  3. Juiz autoriza operação
  4. PF executa mandados

Sequência IRREGULAR identificada:

  1. Operação é executada
  2. Relatório é criado depois
  3. Data é falsificada
  4. Justificativa é fabricada

🎯 PONTOS CRÍTICOS

EVIDÊNCIAS TÉCNICAS

  • Metadados não mentem: Informações digitais são precisas
  • Assinaturas clonadas: Duas rubricas idênticas pixel por pixel
  • Ausência de selo digital: Documento sem certificação oficial
  • Criação posterior: Arquivo gerado 6 dias após operação

IMPACTO JURÍDICO

  • Nulidade de pleno direito: Documento sem validade legal
  • Quebra da presunção de legitimidade: Ato administrativo viciado
  • Possível falsidade ideológica: Crime contra a fé pública
  • Abuso de autoridade: Uso irregular do poder público

⚠️ CONSEQUÊNCIAS POSSÍVEIS

ÂMBITO PROCESSUAL

  • Anulação de todos os atos baseados no relatório
  • Revisão das decisões judiciais fundamentadas no documento
  • Arquivamento da investigação por vício processual

ÂMBITO PENAL

  • Falsidade ideológica (Art. 299 do Código Penal)
  • Abuso de autoridade (Lei 13.869/2019)
  • Prevaricação (Art. 319 do Código Penal)

ÂMBITO INSTITUCIONAL

  • Crime de responsabilidade (para ministros)
  • Processo administrativo disciplinar
  • Perda de cargo público

📝 RESPOSTA OFICIAL

POSIÇÃO DO GABINETE DE MORAES

  • Resposta genérica: “Todos os procedimentos foram regulares”
  • Omissões: Não respondeu sobre fraude temporal
  • Não explicou: Uso de material de terceiros
  • Silêncio: Sobre denúncias de relatórios retroativos

POSIÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

  • Status: Não respondeu aos questionamentos
  • Delegado Shor: Não se manifestou sobre perícia
  • Investigação: Sem esclarecimentos sobre irregularidades

💡 CONCLUSÃO PERICIAL

LAUDO TÉCNICO DEFINITIVO

“Trata-se de antedatação e ausência de autenticação inequívoca. O documento apresenta inconsistências formais e temporais que comprometem sua legitimidade.”

SIGNIFICADO PRÁTICO

  • Documento usado para justificar operação polêmica é fraudulento
  • Processo judicial baseado em evidência fabricada
  • Operação executada sem justificativa prévia válida
  • Estado de Direito foi violado na origem do procedimento

INFOGRÁFICOS

Vaza Toga: A Bruxa, o Infiltrado e o Delator

​ Resumir

Novas conversas sugerem que provas foram fabricadas após a operação contra empresários bolsonaristas

David Agape

Nossa reportagem teve acesso exclusivo a conversas de WhatsApp entre Eduardo Tagliaferro — então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE — e a jornalista Letícia Sallorenzo, conhecida como “Bruxa”. As mensagens expõem como, em agosto de 2022, durante o auge da campanha eleitoral, dados privados de empresários ligados a Jair Bolsonaro foram repassados clandestinamente ao tribunal, dias depois de Alexandre de Moraes deflagrar uma operação de busca e apreensão contra eles.

Esta operação, de 23 de agosto, justificada apenas com base em uma reportagem, atingiu em cheio o núcleo empresarial que seria responsável tanto pelo financiamento quanto pela amplificação digital do bolsonarismo. Com os bloqueios bancários e de redes sociais, a capacidade de mobilização empresarial foi cortada de maneira abrupta — silenciando vozes de peso justamente às vésperas do primeiro debate presidencial na Band, em 28 de agosto.

A investigação só foi arquivada por Alexandre de Moraes um ano depois, já com Lula na Presidência. O ministro concluiu que, em relação a seis empresários, faltavam elementos mínimos e não havia justa causa para a continuidade. Restaram como alvos Meyer Joseph Nigri e Luciano Hang. No caso de Nigri, a Polícia Federal apontou vínculo direto com Jair Bolsonaro para disseminação de mensagens contra o sistema eleitoral; no de Hang, Moraes alegou que ainda era necessário analisar o conteúdo do celular, protegido por senha. As redes sociais de Hang permaneceram bloqueadas por mais de dois anos, até que em setembro de 2024 o ministro determinou sua reativação. O processo segue em sigilo total.

As conversas reveladas por nossa reportagem mostram que, diante da fragilidade da base probatória e da repercussão negativa da operação, Alexandre de Moraes pressionava seus assessores a produzir documentos retroativos. Para atender à cobrança, Eduardo Tagliaferro recorreu à Letícia Sallorenzo, que funcionava como elo entre o tribunal e um infiltrado no grupo “Empresários & Política”. A Investigação identificou o informante como o jornalista Lucas Mesquita, que hoje atua como assessor no governo Lula,

Ou seja, uma infiltração organizada foi parar diretamente no gabinete do TSE, sem qualquer cadeia formal de custódia. Prints, listas de integrantes e até a exportação completa das conversas foram entregues na noite de 27 de agosto, com o objetivo declarado de “sossegar o amigo” — referência ao ministro, ansioso por fazer cessar as críticas.

O episódio expõe uma colaboradora informal, com trânsito até no círculo familiar de Moraes, alimentando diretamente o gabinete do TSE com informações privadas de um grupo fechado. Em vez de provas prévias que justificassem a ofensiva de 23 de agosto, o que se construiu foram fundamentos posteriores, moldados conforme as demandas do ministro.

Mais que um detalhe burocrático, essa confere ainda mais plausibilidade às denúncias de Tagliaferro no Senado de que relatórios datados antes da operação foram, na realidade, montados dias depois, com apoio de uma rede de informantes externos. A chamada “guerra à desinformação” aparece, assim, como pretexto para uma estrutura de vigilância política na qual a fronteira entre Estado e militância ideológica desaparece.

Documentação apresentada por Tagliaferro no Senado

Uma noite daquelas

Na noite de sábado, 27 de agosto de 2022, Alexandre de Moraes estava inquieto. E não era para menos. Quatro dias antes, em 23 de agosto, havia determinado uma operação de busca e apreensão contra oito dos maiores empresários do país, mobilizando a Polícia Federal com fuzis e mandados invasivos. A justificativa oficial para uma ação de tal envergadura não veio de relatórios técnicos ou investigações consolidadas, mas de uma reportagem publicada dez dias antes, 17 de agosto, por Guilherme Amado, no Metrópoles. O texto expôs mensagens de um grupo privado de WhatsApp, o “Empresários & Política”, em que alguns integrantes fizeram comentários críticos ao STF e foram acusados de incitar um golpe de Estado caso Lula ganhasse as eleições.

“Prefiro golpe a ver o PT de volta. Um milhão de vezes. E, com certeza, ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil, como acontece com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu José Koury, dono do Barra World Shopping, que em seguida se tornou o principal alvo de Alexandre de Moraes. Essa foi a declaração mais polêmica usada contra os empresários. Ainda assim, o teor deixa claro que não se tratava de uma defesa explícita de golpe, mas de um desabafo.

Segundo um dos empresários contatados pela nossa reportagem, até os próprios policiais federais que cumpriram os mandados demonstravam incômodo e constrangimento durante a operação. “Eles mesmos não sabiam por que estavam fazendo aquilo”, relatou.

A operação contra os empresários — especialmente Luciano Hang, um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro — irritou o governo e acendeu o alerta político. O episódio ocorreu em plena campanha eleitoral, já fortemente polarizada e a poucos dias do primeiro debate na TV. O desconforto aumentou porque, no mesmo dia, Alexandre de Moraes recebeu no TSE o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, em reunião de cerca de uma hora para discutir as sugestões das Forças Armadas para as eleições — especialmente ajustes no teste de integridade das urnas e a coordenação de segurança do pleito.

O ministro, ciente de que a narrativa pública podia desmoronar, pressionava seus assessores para produzir documentos que servissem como lastro retroativo à decisão. Segundo o ex-assessor Eduardo Tagliaferro, hoje delator de todo o esquema, Moraes exigia que na segunda-feira seguinte, 29 de agosto, tivesse em mãos material atualizado sobre os alvos. Naquele mesmo dia, o ministro retiraria o sigilo do processo para tentar acalmar a opinião pública.

Tagliaferro, então chefe do núcleo de enfrentamento à desinformação (AEED) do TSE, recorreu à colaboradora externa conhecida como “Bruxa”, que A Investigação já identificou como a jornalista Letícia Sallorenzo. Esta atuava como ponte entre o TSE e uma fonte infiltrada no grupo dos empresários. Segundo ela, a mesma fonte que abasteceu o jornalista Guilherme Amado do Metrópoles.

Sallorenzo contatou Tagliaferro logo no início da conversa, às 20h30, para pedir censura contra o deputado Marcos Pollon (PL-MS), então um advogado e ativista pró-armas. Ela indicou um texto do site “Come Ananás” como referência. O procedimento de censura já normalizado não necessitava de instruções detalhadas: “Todo seu!”, disse Sallorenzo. O texto indicado contra Pollon, deletado do site, mas recuperado pela reportagem em um serviço de arquivamento, destacava uma crítica do advogado a Moraes: “supremo ditador”.

No entanto, Tagliaferro a avisa de que está muito ocupado, pois trabalha para o ministro em uma investigação sigilosa. Mesmo assim, ele pede que ela vasculhe publicações antigas ligadas aos “empresários”. Sallorenzo, já sabendo do que se trata, responde que tem novidades e começa a enviar capturas de tela do grupo, onde aparecem nomes como Nelson Piquet, Flávio Rocha e Luciano Hang.

Sallorenzo então afirma que enviou mais informações no aplicativo Signal ao que Tagliaferro diz que ele não tem conta neste aplicativo. Ou seja, Salorenzo atuando como assessora informal do TSE enviou informações privadas a uma conta do Signal que ela nem sabia de quem era.

Os principais alvos

Ao longo da conversa, o assessor não apenas recebia o material enviado por Sallorenzo, mas orientava o fluxo de informações de acordo com os interesses imediatos do gabinete. Ele deixa claro quais pessoas e organizações eram os principais focos da operação. Primeiro, direciona a atenção para Meyer Nigri, incorporador da Tecnisa e um dos alvos mais visados. Em seguida, pede dados sobre José Koury, dono do Barra World Shopping.

Tagliaferro diz que também precisa de informações do juiz Melek. Trata-se de Marlos Augusto Melek, que à época atuava na Vara do Trabalho de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). No ano seguinte, o magistrado seria afastado de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acusado de integrar e se manifestar no grupo de WhatsApp “Empresários & Política”. Para o CNJ, essa conduta teria violado os valores éticos da magistratura. Depois, Tagliaferro passa listas com diversos alvos entre pessoas e empresas.

A “PF confiável”

Em determinado momento, Sallorenzo pergunta se era possível acessar o conteúdo do celular de Meyer Nigri, apreendido pela PF — em especial as mensagens que teriam sido recebidas e enviadas por Jair Bolsonaro em listas de transmissão. Tagliaferro responde que seria possível, mas admite que ainda não havia recebido o dispositivo. Letícia então pergunta se Tagliaferro conseguiria “colocar suas mãos no celular”. O perito responde que isso ainda iria demorar. 

É então que surge a passagem mais reveladora. Sallorenzo questiona se o aparelho estava sob custódia de uma “PF confiável”. Tagliaferro confirma que sim, sugerindo a existência de um circuito paralelo dentro da corporação, formado por delegados e agentes considerados extremamente leais a Alexandre de Moraes.

Entre esses nomes aparece o delegado Fábio Shor, figura de confiança do ministro, que se tornaria central em investigações de caráter político conduzidas pela PF. Foi o próprio Shor o responsável por assinar o relatório usado para justificar a ofensiva contra os empresários — relatório este que, segundo Tagliaferro, foi produzido depois da operação já ter sido executada.

A amiga da esposa do ministro

Cada solicitação vinha acompanhada de uma expectativa de novos prints ou listas de contatos, que Letícia se apressava em obter junto à sua fonte infiltrada. O objetivo não era apenas obter provas, mas também acalmar o chefe: Moraes precisava do material até segunda-feira.

“O ministro falou agora que precisa até segunda de manhã na mão dele. Falou inclusive [que] o bom seria o comentário depois da operação e o pessoal saindo do grupo”, escreveu Tagliaferro, sugerindo que se tratava de uma orientação do próprio ministro.

Letícia diz que sua fonte deixou o grupo, mas teria material até o momento da “debandada”. Tagliaferro respondeu que isso já era bom, mas o difícil seria convencer o ministro a esperar. “Estou falando com eles para conseguir mais prazo. Estou tentando convencer o ministro. Mas ele tem que esperar. Isso é muito bom para ele”, escreveu Tagliaferro.

Já passava das 23h quando Letícia Sallorenzo sugeriu uma saída ousada: recorrer à própria esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci, para tentar obter mais prazo na entrega do material. A proposta reforçava a proximidade da jornalista com o círculo íntimo do ministro. Em depoimento ao Senado, Eduardo Tagliaferro relatou que Sallorenzo tinha acesso a festas e cerimônias privadas do gabinete às quais nem os juízes instrutores eram convidados. Para ele, tratava-se de uma atuação movida por devoção pessoal, que descreveu como “fanatismo”.

A confiança era tanta que, como a própria Letícia admitiu, a esposa de Moraes tinha seu telefone. Mas, ainda assim, demonstrou cautela: “Ele não ficaria ‘p da vida’ por vocês envolverem a mulher dele nessa história, não?”. Tagliaferro concordou: “Melhor não falar mesmo”.

A preocupação não era sem motivo — outros episódios mostraram que envolver familiares do ministro podia gerar reações duras. Foi o que ocorreu no aeroporto de Roma, em julho de 2023, quando Moraes e seus parentes se envolveram em uma confusão e troca de xingamentos com a família Mantovani, brasileiros que viajavam no mesmo voo. O episódio acabou transformado em perseguição judicial: o STF barrou a divulgação integral dos vídeos das câmeras de segurança do aeroporto, a Polícia Federal realizou busca e apreensão contra os Mantovani e produziu relatórios que, mais tarde, foram contestados por peritos independentes, levantando suspeitas de manipulação.

Mesmo assim, Sallorenzo insistiu na proximidade, oferecendo-se para ser acionada diretamente: “Se ele quiser falar comigo, estou à disposição também. Diz pra ele que se ele quiser me ligar, a mulher dele tem meu telefone. A ‘Letícia Bruxa’ da UnB…”, escreveu. A mensagem, entre o deboche e a vanglória, escancara o lugar privilegiado que ela ocupava na rede informal de confiança do ministro.

A entrega dos arquivos

Ao longo da conversa, Tagliaferro faz uma série de pedidos específicos: queria capturas de tela que mostrassem discurso de ódio, menções a golpe, referências ao 7 de setembro, falas de Meyer Nigri, críticas a ministros do STF ou ataques às urnas eletrônicas. Na sequência, ele insiste que a fonte deveria entregar algo que pudesse ser interpretado como indício de “golpe”, mesmo que de outro lugar. Essa cobrança marca um ponto de virada: a busca já não era apenas por registros do grupo, mas por qualquer material que pudesse sustentar uma narrativa previamente estabelecida.

Esse detalhe é crucial, porque as falas sobre golpe divulgadas na reportagem de Guilherme Amado, no Metrópoles, foram justamente apresentadas como estopim para a operação de busca e apreensão contra os empresários. O problema é que a medida foi deflagrada sem que a origem dos prints tivesse sido periciada ou certificada — ou seja, o ministro baseou-se em material sem validação formal. Por isso, encontrar novos trechos que mencionassem “golpe” se tornava uma espécie de salvação para Moraes: reforçar, ainda que retroativamente, a justificativa de uma operação já sob forte questionamento.

Diante da pressão, Letícia parece ter perdido a paciência. Até então, atuava como ponte entre o infiltrado, que A Investigação identificou como o jornalista Lucas Mesquita, que hoje atua como assessor no governo Lula, e o gabinete de Moraes, repassando fragmentos do grupo “Empresários & Política”. Mas, ao perceber a insistência de Tagliaferro, decide encerrar a intermediação: às 23h55, Letícia envia a íntegra das conversas em um arquivo de 3 MB no formato “.txt”. Junto, pede apenas a garantia de que sua identidade como fonte fosse preservada.

Antes mesmo de perceber que já tinha recebido o material, Tagliaferro encaminha uma mensagem, possivelmente de um interlocutor de Moraes, com instruções adicionais. Pelas denúncias anteriores da Vaza Toga, ele recebia orientações de dois magistrados: Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar no TSE, que em mensagens chegou a dizer que gostaria de “mandar uns jagunços” capturar o jornalista Allan dos Santos — então nos Estados Unidos após ser incluído no inquérito das fake news —; e Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF e seu braço direito. Foi justamente a Vieira que Tagliaferro apontou, em audiência no Senado, como responsável por ordenar a fraude nos relatórios usados para dar aparência de legalidade à operação contra os empresários. 

Segundo o ex-assessor, Moraes não teria ciência de que a tarefa havia sido delegada a ele por Vieira. Tagliaferro acrescentou ainda que o juiz instrutor lhe pediu para não comentar nada sobre isso.“Se ele conseguisse ao menos os prints da conversa do grupo, a gente podia [sic] procurar nos nossos inquéritos se conseguiríamos ligar mais alguém para reforçar os fatos. Sim. Fale com o Eduardo. Daí analisamos se vale a pena esperar”, dizia a mensagem.

Esse recado é revelador. Indica que, mesmo após a operação já ter sido cumprida, o gabinete de Moraes ainda buscava elementos retroativos para dar mais corpo às acusações. Em outras palavras, os prints do grupo de WhatsApp não eram apenas um complemento, mas a matéria-prima para tentar encaixar novos nomes em inquéritos em andamento e, com isso, justificar a decisão de 23 de agosto.

Possíveis ilegalidades

O advogado Richard Campanari, especialista em direito eleitoral e civil e membro da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político), afirma que o caso revela uma falha séria: a ruptura da cadeia de custódia da prova, prevista nos artigos 158-A a 158-F do Código de Processo Penal. Esse mecanismo, explica, foi criado justamente para assegurar que qualquer vestígio — documentos, objetos ou mídias digitais — seja coletado, preservado e rastreado até sua apresentação em juízo, evitando manipulações.

“O relato mostra exatamente o oposto: prints de WhatsApp teriam sido entregues informalmente a um gabinete ministerial, sem auto de apreensão (violando o art. 158-B do CPP), sem perícia oficial, sem hash de integridade e sem qualquer protocolo formal. Em outras palavras, não há como garantir que aquilo que se apresentou como prova seja autêntico e não tenha sido adulterado”, diz.

Segundo Campanari, quando materiais desse tipo embasam decisões restritivas — como bloqueios de redes sociais, buscas e apreensões ou constrições financeiras —, há violação ao dever de fundamentação (art. 93, IX, da Constituição), ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório (art. 5º, LIV e LV, da CF). Do ponto de vista prático, esses elementos são nulos de pleno direito (art. 157 do CPP) e contaminam tudo o que deles deriva, pela chamada teoria dos frutos da árvore envenenada.

O advogado ressalta que a denúncia de relatórios produzidos retroativamente agrava ainda mais o quadro. Criar documentos posteriores e datá-los como anteriores afronta a legalidade (CF, art. 5º, II) e a lealdade processual (art. 5º do CPC, aplicado ao processo penal). Se confirmada, essa prática pode configurar falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) e abuso de autoridade (Lei 13.869/2019), já que decisões judiciais teriam se baseado em peças artificiais.

“Em síntese, o episódio não é apenas uma questão formal. Quando a Justiça se vale de provas sem custódia adequada e de relatórios produzidos depois dos fatos, não apenas compromete investigações específicas, mas fere a espinha dorsal do Estado de Direito. Afinal, sem prova legítima, o processo deixa de ser instrumento de justiça e passa a ser campo de arbitrariedade”, afirma.

Por fim, Campanari observa que, se ficar comprovado que o ministro tinha ciência da ilegalidade e ainda assim utilizou tais provas, as consequências podem ir da nulidade dos processos à responsabilização penal, chegando até a um eventual impeachment por crime de responsabilidade. “Mais do que uma irregularidade, trata-se de uma violação grave que atinge a legitimidade do Judiciário”, conclui.

O que dizem os envolvidos

Até o momento desta publicação, não recebemos retorno de Letícia Sallorenzo, Lucas Mesquita, e da assessoria do STF e do TSE. Entretanto, incluímos uma resposta genérica à imprensa feita pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes diante das denúncias feitas por Tagliaferro no Senado.

“O gabinete do Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações dos Inq 4781 (Fake News) e Inq 4878(milícias digitais), nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições.

Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas as [sic] investigações de milícias digitais.

Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.”


Esta é uma publicação jornalistica garantida pelo art. 220 da Constituição Federal, cujos preceitos fundamentais foram reconhecidos pelo STF na ADPF 130 e 601, e nos arts. 13 e 14 do Pacto de San José da Costa Rica. A Investigação assegura o direito de resposta, devidamente fundamentado na Lei 13.188/2015, após análise jurídica de cabimento.

EXPLOSIVO: Conversas secretas revelam como Moraes FABRICOU provas contra empresários bolsonaristas DEPOIS da operação

“Bruxa” e infiltrado entregaram WhatsApp privado direto ao gabinete do ministro para “sossegar o amigo”

EXCLUSIVO — Conversas de WhatsApp obtidas pela reportagem expõem um esquema para fabricar justificativas DEPOIS que Alexandre de Moraes já havia mandado a Polícia Federal atacar empresários bolsonaristas. As mensagens mostram como material privado chegou ao gabinete do ministro através de uma rede informal de colaboradores, sem qualquer processo legal.

A operação que atacou o coração do bolsonarismo

Em 23 de agosto de 2022, bem no meio da campanha eleitoral, Alexandre de Moraes mandou a PF fazer busca e apreensão contra os maiores empresários apoiadores de Bolsonaro. A operação foi um tiro certeiro: silenciou as vozes de peso do empresariado a apenas 5 dias do primeiro debate presidencial.

Alvos principais:

  • Luciano Hang (Havan) – teve redes sociais bloqueadas por mais de 2 anos
  • Meyer Nigri (Tecnisa) – celular apreendido e analisado
  • José Koury (Barra World Shopping) – principal alvo após comentário sobre “preferir golpe”

O problema: A operação foi justificada apenas com base em uma reportagem do Metrópoles, sem investigação prévia ou relatórios técnicos.

Como as conversas revelam a fabricação de provas

As mensagens entre Eduardo Tagliaferro (então chefe de combate à desinformação do TSE) e Letícia Sallorenzo (a “Bruxa”) mostram que:

1. Material foi entregue DEPOIS da operação Na noite de 27 de agosto (4 dias após a operação), a “Bruxa” enviou prints e até a exportação completa do grupo “Empresários & Política” para “sossegar o amigo” – referência a Moraes.

2. Ministro estava desesperado por justificativas “O ministro falou agora que precisa até segunda de manhã na mão dele”, escreveu Tagliaferro, mostrando a pressão por material retroativo.

3. Busca por qualquer coisa que parecesse “golpe” Tagliaferro pediu capturas que mostrassem “discurso de ódio, menções a golpe, referências ao 7 de setembro” – mesmo que de outras fontes.

Os personagens da rede clandestina

“A BRUXA” – Letícia Sallorenzo

  • Jornalista com acesso ao círculo íntimo de Moraes
  • Contato salvo como “amiga da esposa do ministro”
  • Participava de festas privadas do gabinete
  • Fazia ponte entre infiltrado e TSE

“O INFILTRADO” – Lucas Mesquita

  • Jornalista que se infiltrou no grupo dos empresários
  • Extraiu conversas privadas e repassou para a “Bruxa”
  • Hoje tem cargo comissionado no governo Lula
  • Mesma fonte que abasteceu reportagem do Metrópoles

“O ASSESSOR” – Eduardo Tagliaferro

  • Chefe do núcleo anti-desinformação do TSE
  • Recebia ordens para fabricar relatórios retroativos
  • Hoje é delator do esquema no Senado
  • Revelou pressão do juiz Airton Vieira para “construir uma história”

A intimidade perigosa com a família Moraes

A conversa revela a proximidade absurda da “Bruxa” com o ministro:

  • Acesso à esposa: “A mulher dele tem meu telefone. A ‘Letícia Bruxa’ da UnB”
  • Sugestão ousada: Propôs acionar Viviane Barci (esposa de Moraes) para ganhar mais prazo
  • Festas privadas: Participava de eventos do gabinete que nem juízes eram convidados

“PF confiável” – o circuito paralelo

Em trecho revelador, a “Bruxa” pergunta se o celular de Meyer Nigri estava com uma “PF confiável”. Tagliaferro confirma que sim, expondo a existência de um grupo de delegados extremamente leais a Moraes dentro da Polícia Federal.

Entre eles está o delegado Fábio Shor, que assinou o relatório usado para justificar a operação – documento que, segundo a denúncia, foi produzido DEPOIS da ação já executada.

A entrega dos arquivos na madrugada

Às 23h55 de 27 de agosto, cansada da pressão, a “Bruxa” decide acabar com a enrolação e envia a íntegra das conversas do grupo em arquivo de 3 MB. Era tudo que Moraes precisava para tentar justificar a operação de 4 dias antes.

O objetivo era claro: Encontrar qualquer coisa que pudesse ser interpretada como indício de “golpe” para sustentar retroativamente uma operação já questionada.

As violações legais gravíssimas

Segundo o advogado Richard Campanari, especialista em direito eleitoral:

Cadeia de custódia rompida:

  • Prints entregues informalmente sem auto de apreensão
  • Sem perícia oficial ou protocolo formal
  • Impossível garantir autenticidade do material

Documentos retroativos:

  • Relatórios criados depois e datados como anteriores
  • Possível falsidade ideológica (crime)
  • Abuso de autoridade comprovado

Consequências possíveis:

  • Nulidade de todos os processos
  • Responsabilização penal dos envolvidos
  • Crime de responsabilidade (impeachment)

A farsa da “guerra à desinformação”

O esquema expõe como a chamada “guerra à desinformação” se transformou em pretexto para vigilância política, onde a fronteira entre Estado e militância ideológica desapareceu completamente.

O timing não foi coincidência:

  • Operação em plena campanha eleitoral
  • 5 dias antes do primeiro debate presidencial
  • Empresários silenciados justamente no momento crucial

Onde estão hoje os envolvidos

Lucas Mesquita (o infiltrado): Cargo comissionado no governo Lula Letícia Sallorenzo (a “Bruxa”): Não respondeu aos questionamentos Fábio Shor (delegado): Continua em investigações políticas na PF Alexandre de Moraes: Enviou apenas resposta genérica negando irregularidades

A operação que mudou as eleições

Esta não foi apenas uma operação policial. Foi um golpe cirúrgico no coração do financiamento bolsonarista a poucos dias do debate decisivo. Com bloqueios bancários e de redes sociais, a capacidade de mobilização empresarial foi cortada no momento mais crítico.

Resultado: A investigação só foi arquivada um ano depois, já com Lula na Presidência. Dos 8 empresários, 6 foram liberados “por falta de elementos mínimos”. Luciano Hang ficou com redes bloqueadas por mais de 2 anos.

O que isso significa

As conversas comprovam que provas foram fabricadas DEPOIS de uma operação já executada. Em um Estado de Direito, as evidências devem vir ANTES das decisões judiciais, não depois.

Mais grave: revelam uma rede informal de colaboradores infiltrando grupos privados e alimentando gabinetes ministeriais com material obtido ilegalmente, tudo para sustentar narrativas políticas.

A pergunta que fica: Se foi assim com os empresários, quantas outras operações seguiram o mesmo roteiro de provas fabricadas retroativamente?


BREAKING: Este material faz parte da série “Vaza Toga”, que já expôs outros esquemas irregulares no STF. A reportagem está amparada pelos artigos 220 da Constituição e 13-14 do Pacto de San José da Costa Rica.

Procurados, STF, TSE e envolvidos não responderam ou enviaram apenas notas genéricas negando irregularidades.

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