Pernambuco dispara e tem crescimento econômico de 6,2% no fim de 2024, quase o dobro da média nacional

Impulsionado pela agropecuária e pela indústria, Estado alcança maior crescimento dos últimos 15 anos
Pernambuco encerrou o quarto trimestre de 2024 com um expressivo crescimento de 6,2% no Produto Interno Bruto (PIB), em comparação ao mesmo período de 2023. O desempenho foi quase o dobro da média nacional, que ficou em 3,6%, consolidando o Estado como um dos destaques da economia brasileira.
Segundo o economista Écio Costa, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o crescimento deve continuar ao longo de 2025, mas o Estado enfrentará desafios diante da desaceleração econômica nacional, impactada pelas altas taxas de juros.
Mesmo assim, investimentos robustos devem manter Pernambuco no caminho do crescimento. “Temos mais de R$ 30 bilhões em aportes do setor privado, além do novo PAC, que destina R$ 92 bilhões para obras nos próximos anos. O Complexo de Suape prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2030, e o programa PE na Estrada já movimenta R$ 5 bilhões em infraestrutura”, destacou Costa.
Governo celebra números históricos
Os dados preliminares do PIB estadual foram divulgados nesta terça-feira (1º) pela Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional (Seplag-PE). Segundo o secretário Fabrício Marques, o desempenho reforça o protagonismo de Pernambuco no cenário econômico do Nordeste.
“É um crescimento acima da média nacional, algo que não víamos há 15 anos. Isso mostra o empenho da governadora Raquel Lyra em aumentar os investimentos e criar um ambiente favorável para os negócios”, afirmou.
Na segunda-feira (31), durante o Fórum Permanente de Infraestrutura de Pernambuco, promovido pela Fiepe, a governadora comemorou os números e destacou os setores que impulsionaram a economia.
“Fechamos o último trimestre de 2024 com mais do que o dobro do crescimento do PIB nacional. Esse avanço foi puxado pela indústria de transformação e pela agropecuária, dois motores essenciais para o desenvolvimento do Estado. Mas sabemos que a infraestrutura precisa acompanhar esse crescimento para garantir competitividade”, afirmou Raquel Lyra.
Setores que impulsionaram o crescimento
🚜 Agropecuária lidera expansão
O setor agropecuário foi o grande protagonista do crescimento econômico, registrando um impressionante avanço de 10,4% no quarto trimestre de 2024, enquanto a média nacional ficou em -1,5%. No acumulado do ano, o setor avançou 11,5%.
De acordo com o economista Écio Costa, o bom desempenho foi impulsionado principalmente pela pecuária bovina e avícola. A Masterboi, por exemplo, tem expandido seus investimentos, aumentando a demanda por insumos e fortalecendo a produção pecuária.
No segmento de aves, os números também impressionam: Pernambuco produz cerca de 15 milhões de ovos por dia, suprindo a demanda de 100% dos estados nordestinos, segundo a Associação Avícola de Pernambuco (Avipe).
🏭 Indústria cresce mais que o dobro da média nacional
A indústria pernambucana registrou crescimento de 5,7% no último trimestre de 2024, mais que o dobro da média brasileira, que ficou em 2,5%. O setor foi impulsionado pela indústria de transformação, que avançou 7,5%, com destaque para a produção de automóveis, refinarias de petróleo, alimentos e bebidas.
🛍️ Comércio e serviços também superam média do Brasil
O setor de serviços, responsável por 75% do PIB estadual, cresceu 4,2%, enquanto a média nacional foi de 3,4%. O comércio teve alta de 6%, puxado por setores como educação, saúde e serviços administrativos.
Recorde de crescimento em 15 anos
No acumulado de 2024, Pernambuco registrou um crescimento de 4,9%, totalizando um PIB de R$ 288,67 bilhões – o maior avanço econômico do Estado em uma década e meia.
Para Écio Costa, o desempenho reflete uma tendência observada desde o início do ano: “Em todos os trimestres, Pernambuco cresceu acima da média nacional, consolidando um ano muito positivo para a economia local.”
Com investimentos em infraestrutura e setores produtivos aquecidos, Pernambuco se posiciona como um dos principais motores econômicos do Brasil. A expectativa agora é que 2025 mantenha esse ritmo, apesar dos desafios no cenário nacional.