PF mira máfia das terceirizadas: grupo suspeito de fraudar licitações recebeu R$ 800 milhões de prefeituras e do governo de PE
Empresas de terceirização de serviços investigadas pela Polícia Federal (PF) receberam mais de R$ 800 milhões em contratos públicos com prefeituras e o governo de Pernambuco entre 2021 e 2024. Os repasses milionários são alvo da Operação Firenze, deflagrada nesta quarta-feira (5), em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo a PF, o grupo empresarial é suspeito de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, operando um esquema que envolvia a manipulação de processos licitatórios para eliminar a concorrência e garantir contratos de forma irregular. A organização criminosa teria atuado em diversos municípios pernambucanos, além de manter vínculos com a administração estadual.
O que foi descoberto:
- As empresas investigadas venciam licitações ao frustrar a competitividade dos certames, em conluio com outros participantes ou com apoio de agentes públicos;
- O grupo movimentou mais de R$ 800 milhões apenas entre 2021 e 2024, por meio de contratos de terceirização de mão de obra;
- Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Jaboatão dos Guararapes, Timbaúba e São Paulo, com sequestro de bens e apreensão de documentos e equipamentos.
Os crimes investigados:
- Organização criminosa (Art. 2º da Lei 12.850/2013)
- Fraude à licitação (Art. 90 da Lei 8.666/93)
- Lavagem de dinheiro (Art. 1º da Lei 9.613/98)
Somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
As investigações começaram em 2023 e seguem em andamento para identificar o envolvimento de servidores públicos e ampliar o rastreamento dos recursos desviados.
A operação foi batizada de Firenze, em alusão à cidade italiana associada ao renascimento cultural e ao florescimento da arte — uma ironia diante das suspeitas de corrupção e desvio de recursos públicos que envolvem o grupo empresarial.
📁 Com informações e imagens da Assessoria de Comunicação da Polícia Federal em Pernambuco.
