PL ANTIFACÇÃO APROVADO: VEJA O QUE MUDA, AS POLÊMICAS E OS PRÓXIMOS PASSOS NO SENADO

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (19) o texto-base do PL Antifacção, considerado o pacote mais duro já votado contra o crime organizado no país. A proposta passou por 370 votos a 110, expôs a fragilidade da base governista e marcou uma derrota direta para o Palácio do Planalto.

O texto, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) — secretário licenciado da Segurança Pública de Tarcísio de Freitas — endurece penas, cria novos tipos de crime, restringe progressão de regime e amplia o poder de bloqueio de bens ligados a facções e milícias.

Agora, o projeto segue para o Senado, onde será relatado por Alessandro Vieira (MDB-SE). A expectativa é que a Casa faça ajustes sem repetir a guerra política vista na Câmara.


🔥 O QUE MUDA NA PRÁTICA

📌 Penas muito mais altas

Crimes ligados a facções passam a ter penas severas:

  • Homicídio: 20 a 40 anos
  • Lesão seguida de morte: 20 a 40 anos
  • Latrocínio: 20 a 40 anos
  • Roubo: 12 a 30 anos
  • Sequestro: 12 a 20 anos
  • Extorsão: pena triplicada
  • Extorsão mediante sequestro: aumento de 2/3

📌 Novos crimes passam a existir

O PL tipifica condutas antes espalhadas em várias leis:

  • Novo cangaço
  • Domínio territorial por facções
  • Uso de explosivos e drones em ataques
  • Ataques à infraestrutura pública

📌 Progressão de regime mais rígida

Para integrantes de facções, a progressão pode exigir:

  • 70% a 85% da pena cumprida

Chefes de facção serão enviados obrigatoriamente a presídios federais de segurança máxima.


📌 Bloqueio de bens imediato

Juízes poderão bloquear — inclusive de ofício —:

  • Dinheiro
  • Imóveis
  • Empresas
  • Veículos
  • Criptomoedas

Bens poderão ser destinados à União, estados e ao DF.


📌 Intervenção judicial em empresas

Se houver indícios de uso por facções, o juiz poderá afastar sócios e nomear um interventor com poderes para:

  • Suspender contratos
  • Romper vínculos suspeitos
  • Realizar auditorias
  • Apontar bens ilícitos
  • Propor saneamento ou liquidação

📌 Investigações mais amplas

O PL autoriza:

  • Monitoramento de conversas em parlatórios (casos excepcionais)
  • Sigilo absoluto de medidas judiciais até o cumprimento
  • Punição para agentes que descumprirem ordens
  • Atuação do CNJ e CNMP na fiscalização

⚡ DERROTA DO GOVERNO

O Palácio do Planalto atuou contra a sexta versão do relator, mas perdeu:

  • Não conseguiu aprovar nenhum destaque relevante
  • Não conseguiu suavizar penas
  • Não conseguiu manter o modelo que ampliava o poder da PF

A ministra Gleisi Hoffmann chamou o texto de “lambança legislativa” e alertou que ele poderia enfraquecer a PF ao alterar a redistribuição de recursos provenientes de bens apreendidos.


⚔️ Tensões políticas por trás da votação

  • Derrite é aliado de Tarcísio, potencial rival de Lula em 2026.
  • Governo acusou o relator de criar brechas jurídicas ao estruturar um tipo penal paralelo ao de organização criminosa.
  • O presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu o texto:
    “É a resposta mais dura da Casa ao crime organizado.”

🔭 E O QUE VEM AGORA?

O projeto vai ao Senado, com expectativa de ajustes técnicos e redução da guerra política vista na Câmara.

O relator Alessandro Vieira promete debater pontos polêmicos, principalmente:

  • conflitos com a Lei de Organizações Criminosas (2013)
  • risco de judicialização
  • redistribuição de recursos das apreensões
  • impactos no sistema penitenciário

Como votaram os deputados — Foto: Editoria de arte

🎨  O QUE MUDA COM O PL ANTIFACÇÃO

🔴 PENAS MUITO MAIS DURAS

  • Homicídio por facção: 20 a 40 anos
  • Latrocínio: 20 a 40 anos
  • Roubo: 12 a 30 anos
  • Sequestro: 12 a 20 anos
  • Extorsão: pena triplicada
  • Extorsão mediante sequestro: + 2/3 de aumento
  • Pena máxima pode chegar a 66 anos

🟠 CRIMES QUE PASSAM A SER TIPIFICADOS

  • Novo cangaço
  • Domínio territorial por facções
  • Ataques com explosivos
  • Uso de drones em ações criminosas
  • Ataques coordenados à infraestrutura pública

🟡 PROGRESSÃO DE REGIME MUITO MAIS RÍGIDA

  • Para crimes ligados a facções, a progressão passa para 70% a 85% da pena.
  • Chefes de facção vão automaticamente para presídios federais de segurança máxima.

🟢 BLOQUEIO DE BENS IMEDIATO

  • Juiz pode bloquear bens na hora, inclusive de ofício:
    🔹 dinheiro
    🔹 imóveis
    🔹 carros
    🔹 empresas
    🔹 criptomoedas
  • Valores apreendidos podem ir para União, estados e DF.

🔵 INTERVENÇÃO EM EMPRESAS LIGADAS AO CRIME

Um juiz poderá afastar sócios e nomear um interventor com poderes para:

  • Suspender contratos suspeitos
  • Romper vínculos com investigados
  • Fazer auditoria completa
  • Identificar e separar bens ilícitos
  • Ministrar plano de saneamento ou liquidação
  • Destinar recursos à conta judicial

🟣 INVESTIGAÇÕES MAIS PROFUNDAS

  • Parlatórios (conversas entre advogados e presos) podem ser monitorados em casos excepcionais.
  • Medidas judiciais serão secretas até a execução.
  • Agentes que descumprirem ordens podem ser punidos.
  • CNJ e CNMP vão fiscalizar operações.

⚫ O QUE O GOVERNO CRITICA

  • Projeto cria um novo tipo penal sem revogar a lei atual de organizações criminosas → advogados podem usar isso para contestar prisões.
  • PF diz que perde recursos ao ter verbas de apreensões redirecionadas para o Fundo Nacional de Segurança Pública.
  • Gleisi chama o texto de “lambança legislativa”.

🟤 O QUE VEM A SEGUIR

  • O texto vai ao Senado, onde será relatado por Alessandro Vieira (MDB-SE).
  • Expectativa é de ajustes técnicos e menos disputa política.
  • Senado deve revisar pontos polêmicos como:
    🔸 conflito de leis
    🔸 financiamento da PF
    🔸 impacto no sistema prisional

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