POSTS ANTIGOS EM REDES SOCIAIS TERIAM SIDO USADOS POR MORAES PARA MANTER PRESOS DO 8 DE JANEIRO, DIZ REPORTAGEM

Publicações de até 2018 foram analisadas por gabinete do ministro para classificar detentos como suspeitos

Uma reportagem publicada nesta segunda-feira (4) no site Public, dos jornalistas David Ágape e Eli Vieira, afirma que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria utilizado publicações antigas em redes sociais — inclusive de anos anteriores aos atos de 8 de janeiro de 2023 — para justificar a manutenção de prisões de investigados.

Segundo o texto, integrantes do gabinete de Moraes vasculharam os perfis dos presos para buscar sinais de “radicalização”. Postagens com críticas à eleição de 2022ataques a Lula e Dilma, ou apoio a Bolsonaro teriam sido usadas como base para emitir “certidões positivas”, classificando os presos como suspeitos. Já quem não possuía publicações desse tipo recebeu uma “certidão negativa”. Dos casos analisados pela reportagem, nenhum com certidão positiva foi solto.

Ainda de acordo com os jornalistas, 69 certidões foram confirmadas como autênticas, mas não foram divulgadas integralmente por conterem dados pessoais.

A reportagem também cita o uso do sistema de biometria do TSE para identificar manifestantes, com autorização direta de Moraes, à época presidente da Corte.

TRECHOS DESTACADOS DA REPORTAGEM:

  • Post de 2018 contra Dilma e Lula teria motivado “certidão positiva”.
  • Questionamentos sobre as urnas eletrônicas foram usados como indício de radicalização.
  • Uma imagem com a frase “cumprir a Constituição não é golpe” também foi considerada suspeita.

CONVERSAS INTERNAS

A matéria apresenta ainda supostas mensagens trocadas entre a chefe de gabinete de Moraes, Cristina Yukiko, e Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro, em um grupo chamado “Audiências de Custódia”. Nas conversas, Cristina afirma que o ministro exigia a checagem prévia dos perfis dos detentos antes de decidir sobre solturas.

Em uma das mensagens, Cristina teria dito:

“Eu preciso dessa análise, feita com cautela, mas não no ritmo de vocês aí do TSE… Desculpe a expressão… O pessoal aí está mal-acostumado.”

POSIÇÃO OFICIAL

Até o momento da publicação, o STF e o TSE não haviam se manifestado. O Poder360 informou que a reportagem será atualizada caso haja resposta oficial.

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