Prefeito de Pesqueira Recebe Hilux e R$ 77 Mil de Empresários Alvo de Fraudes, Aponta MPPE

Cacique Marcos Xukuru e mais 12 viram réus por organização criminosa, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro

O prefeito de Pesqueira, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos), virou réu junto a outros 12 investigados em uma denúncia que abala o Agreste de Pernambuco. Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Marcos teria recebido R$ 77 mil em transações bancárias e até uma Hilux de luxo de empresários favorecidos em um esquema de fraudes milionárias envolvendo recursos públicos.

A denúncia, aceita na última sexta-feira (25/4), inclui acusações de organização criminosa, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Ao todo, o grupo teria desviado mais de R$ 15,7 milhões dos cofres municipais entre janeiro de 2021 e setembro de 2022.

Além do prefeito, também são réus os vereadores Sil Xukuru (PT) e Pastinha Xukuru (PP), ex-presidente da Câmara Municipal de Pesqueira, além de empresários e ex-integrantes da administração pública.

Prefeito seria o “chefe” do esquema

De acordo com o MPPE, Cacique Marcos era o líder da organização criminosa, responsável por validar contratos fraudulentos e negociar vantagens indevidas. As investigações apontam que empresários que financiaram sua campanha em 2020 — com aportes estimados em R$ 2 milhões — eram, em troca, favorecidos em processos licitatórios.

Interceptações telefônicas mostram empresários negociando pagamentos para garantir vitórias em licitações. Em uma das mensagens, um dos investigados afirma que “o homem” (em referência ao prefeito) havia “batido o martelo” para receber R$ 400 mil em troca da desistência de uma empresa em uma disputa pública.

Outra conversa cita a entrega de “5% para o chefe”, como parte da propina.

Depósitos fracionados e carro de luxo

O MPPE detalha que sete depósitos bancários, que somam R$ 38.686, teriam sido feitos pela empresa Cavalcanti & Cavalcanti Ltda diretamente para o prefeito. O dinheiro seria parte da divisão de lucros de contratos fraudulentos com a Compesa.

Anotações manuscritas, cheques e planilhas financeiras reforçam as suspeitas. Uma delas menciona “Chefe 20.000 maio”, que corresponderia a um pagamento de R$ 20 mil. Em outra evidência, os investigadores associam o uso de uma Hiluxregistrada em nome de terceiros ao benefício pessoal de Cacique Marcos.

“O prefeito recebeu vantagens ilícitas de forma dissimulada, praticando lavagem de dinheiro em contexto de organização criminosa”, conclui o MPPE.

Dois núcleos e 15 licitações fraudadas

Segundo a promotoria, o esquema era dividido em dois núcleos:

  • Público: servidores municipais que direcionavam as licitações e liberavam pagamentos.
  • Privado: empresários responsáveis pelo pagamento das propinas e ocultação do dinheiro.

Entre os réus do núcleo público estão:

  • Adailton Suesley, ex-secretário de Infraestrutura;
  • Francisco Alves, engenheiro fiscal dos contratos;
  • Adilson Ferreira, ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação.

No núcleo privado, além de Paezinho e Cavalcanti, foram denunciados:

  • José Washington Cavalcanti, dono oculto da DLG Construtora;
  • Rozelli Cícera de SouzaMaria Janaína CavalcantiJaelson dos Santos Júnior e José Djailson Lopes da Silva(este último, tenente da PM, também investigado pela Corregedoria da SDS).

Defesa alega perseguição política

Alvo da Operação Pactum Amicis, Cacique Marcos chegou a ser afastado do cargo no início de abril e nega qualquer irregularidade, atribuindo as denúncias a perseguição política.
Procuradas, a Prefeitura e a Câmara de Pesqueira ainda não se manifestaram. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.

A denúncia

🔥 Principais Destaques da Denúncia

▶️ Quem são os principais acusados:

  • Cacique Marcos Xukuru (Prefeito de Pesqueira – Republicanos) – apontado como líder da organização.
  • Sil Xukuru (Vereador – PT) – envolvimento político no esquema.
  • Pastinha Xukuru (Vereador e ex-presidente da Câmara – PP).
  • Empresários e servidores públicos municipais.

▶️ Principais crimes investigados:

  • Organização criminosa
  • Fraude em licitações
  • Lavagem de dinheiro
  • Desvio de verbas públicas (mais de R$ 15,7 milhões)

▶️ Benefícios recebidos pelo prefeito:

  • R$ 77 mil em depósitos bancários.
  • Uma Hilux de luxo para uso pessoal.
  • Recebimento de vantagens dissimuladas através de fracionamento de pagamentos.

▶️ Como funcionava o esquema:

  • Empresários financiavam campanha eleitoral (cerca de R$ 2 milhões).
  • Em troca, eram favorecidos em licitações públicas.
  • Licitações eram fraudadas e direcionadas com aprovação direta do prefeito.
  • Propinas disfarçadas em pagamentos bancários e obras.

▶️ Provas reunidas:

  • Interceptações telefônicas mostrando acertos de propina.
  • Mensagens confirmando pagamento de R$ 400 mil para fraudar licitação.
  • Planilhas e anotações de valores repassados ao prefeito (“Chefe”, “Marquinhos”).
  • Extratos bancários e canhotos de cheques usados para lavar dinheiro.

▶️ Operação policial:

  • Alvo da Operação Pactum Amicis, que afastou o prefeito do cargo no início de abril.
  • Investigações apontam envolvimento de servidores, empresários e até um policial militar.

▶️ Núcleos da organização:

  • Núcleo Público: Prefeitura de Pesqueira – favorecimento e facilitação das fraudes.
  • Núcleo Privado: Empresários – pagamentos de propina e lavagem de dinheiro.

▶️ Situação atual:

  • Todos os envolvidos viraram réus.
  • Prefeito Cacique Marcos nega as acusações e afirma ser vítima de “perseguição política”.

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