Preso suspeito de envolvimento no maior ataque hacker já registrado contra o sistema do Pix
no UOL

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta sexta-feira (4/7) um dos suspeitos de participar do maior ataque hacker já registrado contra a infraestrutura de pagamentos via Pix, com prejuízo estimado em mais de R$ 1 bilhão. O crime afetou o sistema da C&M Software, empresa que atua como ponte entre bancos e o Banco Central (BC) nas operações em tempo real.
👤 O que se sabe sobre o suspeito
O homem preso, João Nazareno Roque, foi detido na capital paulista e levado ao prédio do antigo DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Ele era funcionário terceirizado da C&M há cerca de três anos.
Em depoimento à polícia, o suspeito contou ter sido abordado por um desconhecido na saída de um bar, em março, e recebeu R$ 5 mil para fornecer acesso ao sistema da empresa. Dias depois, teria sido contatado por WhatsApp e entregou login e senha de acesso ao sistema de pagamentos via Pix.
A Delegacia de Crimes Cibernéticos está à frente da investigação, com o apoio do DEIC.
💰 Desvio bilionário
Segundo os investigadores, o vazamento de credenciais permitiu transferências eletrônicas em massa, movimentando ao menos R$ 541 milhões apenas da conta da BMP — principal cliente da C&M — para outras instituições financeiras.
Apesar da dimensão do golpe, a BMP afirma que nenhum cliente foi diretamente prejudicado.
🏦 Resposta do Banco Central e da C&M
Após o ataque, o Banco Central determinou o bloqueio temporário do acesso da C&M ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), estrutura que integra operações do Pix.
Em nota, a C&M Software negou falha técnica em seus sistemas e afirmou que o incidente decorreu de “engenharia social” — quando um agente interno fornece informações confidenciais sem o uso direto de invasões ou vírus.
“As evidências apontam que o incidente decorreu do uso de técnicas de engenharia social para o compartilhamento indevido de credenciais de acesso”, disse a empresa.
A companhia afirma que adotou todas as medidas técnicas e legais cabíveis, e que segue colaborando com as autoridades.
🚨 Investigação em curso
As autoridades agora rastreiam os caminhos do dinheiro e tentam identificar outros envolvidos no esquema. O caso está sob sigilo e novas prisões não estão descartadas.
A defesa do suspeito ainda não se pronunciou. O espaço permanece aberto.