PT gasta R$ 173 mil em campanha digital para cobrar mais imposto dos “super-ricos”

do Poder 360

Partido dos Trabalhadores (PT) investiu ao menos R$ 173 mil em impulsionamento de conteúdo nas redes sociais para promover a taxação de bilionários, bancos e casas de apostas esportivas — as chamadas “bets”. A ofensiva digital ocorre em meio à queda de popularidade do presidente Lula (PT) e ao avanço da agenda conservadora no Congresso Nacional.

As peças foram veiculadas entre os dias 26 de junho e 4 de julho no Instagram e no Facebook, e fazem parte da campanha chamada “Taxação BBB” (Bilionários, Bancos e Bets). Em tom de confronto, os anúncios também sugerem resistência do Congresso à pauta econômica do governo.

💬 Discurso simbólico: ricos x pobres

Um dos conteúdos impulsionados mostra Lula segurando uma placa com os dizeres “Taxação dos super-ricos!”. Apenas essa peça consumiu R$ 3 mil em um único dia. Já o principal investimento foi direcionado à campanha “Quem tem mais paga mais”, que somou R$ 90 mil em cinco dias.

A estratégia digital reforça o discurso clássico de “ricos contra pobres”, marca histórica da narrativa petista. A meta agora é mobilizar a base social e tentar reposicionar o governo no debate público.

📉 Crise política e busca por reação

O investimento ocorre no momento mais delicado do terceiro mandato de Lula. A tensão com o Congresso aumentou, especialmente após a reação à tentativa do governo de elevar o IOF por decreto — movimento suspenso nesta semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ao mesmo tempo, o governo enfrenta pressão por cortes de gastos e resistência à agenda tributária, que inclui a taxação de fundos exclusivos, offshores e agora os grandes conglomerados financeiros.

🧱 Movimentos sociais nas ruas

Na última quinta-feira (3/7), militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam um prédio do banco Itaú em São Paulo. O ato cobrou publicamente a taxação dos mais ricos e foi associado à campanha digital do PT.

⚖️ Legalidade do impulsionamento

Segundo a advogada eleitoral Marilda Silveira, o gasto com anúncios digitais não fere a legislação eleitoral, já que foi feito fora do período de campanha.

“A lei autoriza o impulsionamento nas redes sociais em período não eleitoral. O que é proibido fora de época são propagandas em rádio e TV”, explicou.

📲 Expectativa de novos anúncios

Dirigentes petistas avaliam que o embate nas redes pode reacender o apoio popular e ampliar a pressão sobre o Congresso. A previsão é de que novas peças de comunicação sejam lançadas nas próximas semanas com foco no discurso de justiça tributária.

Procurado pelo Poder360, o PT não respondeu até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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