Reforma Administrativa: Entenda as Diferenças de Salários no Serviço Público
Brasil gastará R$ 1,7 trilhão com funcionários públicos em 2025
O Brasil está prestes a bater um recorde histórico: gastará R$ 1,7 trilhão com funcionários públicos em 2025. Esse valor inclui todos os servidores da União, estados e municípios, tanto os que estão trabalhando quanto os aposentados.
Para se ter uma ideia do que isso representa: é como se cada brasileiro pagasse mais de R$ 8.000 por ano só para manter o funcionalismo público.

Por que alguns ganham muito e outros tão pouco?
Os que ganham mais:
- Procuradores do Judiciário estadual: R$ 40.000 por mês
- Juízes e auditores da Receita Federal: também no topo da lista
- Servidores do Supremo, Câmara e Senado: muitos ganham acima do limite de R$ 46.300
Os que ganham menos:
- Supervisor de crédito (estado): R$ 359 por mês
- Gestor de segurança (prefeitura): R$ 890 por mês
- Garçom (prefeitura): R$ 1.040 por mês
A grande diferença entre os poderes
Judiciário (juízes, tribunais):
- Salário médio: R$ 16.000 por mês
- Concentra as maiores remunerações do país
Executivo (prefeituras, governos):
- Salário médio: R$ 4.500 por mês
- Onde trabalha a maioria dos funcionários públicos
Federal vs. Estados vs. Municípios
- Federal: R$ 21.000 (grupo que mais recebe)
- Estadual: R$ 11.900 (grupo que mais recebe)
- Municipal: R$ 6.700 (grupo que mais recebe)
- Mediana municipal: apenas R$ 2.600 (metade ganha menos que isso)
O Brasil comparado com outros países
Funcionários públicos:
- Brasil: 12,1% do total de empregos
- Média mundial: 20,8%
Gastos com funcionalismo:
- Brasil: 13,5% do PIB
- Média mundial: 9,3%
Resumindo: O Brasil emprega menos funcionários públicos que outros países, mas gasta muito mais com cada um.
O que pode mudar com a reforma?
A reforma administrativa em discussão no Congresso pretende:
✅ Criar uma tabela única de salários para acabar com as distorções
✅ Limitar os supersalários acima de R$ 46.300
✅ Avaliar servidores por desempenho
✅ Acabar com cargos obsoletos (como datilógrafo e ascensorista)
❌ NÃO vai mexer na estabilidade dos funcionários
Por que isso importa para você?
Esses R$ 1,7 trilhão saem dos nossos impostos. Quanto mais eficiente for o serviço público, mais recursos sobram para investir em hospitais, escolas, segurança e infraestrutura.
A reforma não é sobre demitir funcionários, mas sobre usar melhor o dinheiro público e melhorar os serviços que chegam até você.
Fontes: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Tesouro Nacional, OCDE