TJPE Confirma Denúncia de Violência Policial Feita por Suspeita no Caso do Menino Arthur
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) confirmou, por meio de nota oficial enviada à imprensa, que Giselda da Silva Andrade, suspeita de envolvimento no assassinato do menino Arthur Ramos Nascimento, de 4 anos, em Tabira, no Sertão de Pernambuco, relatou ter sido vítima de violência policial durante sua prisão. A declaração foi feita durante audiência de custódia realizada nessa quarta-feira (19).
“A suspeita Giselda da Silva Andrade foi submetida à audiência de custódia, na qual relatou que foi vítima de violência policial. Quando isso ocorre, o juiz plantonista tem por obrigação encaminhar o relato para a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social das Polícias Militar e/ou Civil, para que o fato seja apurado”, informou o TJPE em nota.
Relembre o Caso
Arthur estava sob os cuidados de Giselda e de seu marido, Antônio Lopes Severo, conhecido como “Frajola”. A mãe do menino, Giovana Ramos, teria deixado a criança com o casal desde dezembro, sob a justificativa de estar em busca de emprego em João Pessoa, na Paraíba.
No último domingo (16), conforme informações da Polícia Civil de Pernambuco, Arthur foi levado a um hospital local com diversas lesões pelo corpo. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu na unidade de saúde. Após a morte do menino, os suspeitos fugiram.
A delegada Joedna Soares, responsável pelo caso, afirmou em entrevista à Rádio Pajeú que a perícia encontrou indícios de violência sexual no corpo da vítima. Além disso, os filhos de Giselda relataram que Arthur sofria agressões constantes. “As crianças afirmam que ouviam e sabiam do que estava acontecendo, testemunhando os maus-tratos. Segundo elas, o episódio de domingo foi o mais violento”, destacou a delegada.
A Polícia Civil registrou o caso como homicídio por violência doméstica e familiar.
Prisão dos Suspeitos e Linchamento
Na segunda-feira (17), a Vara Única de Tabira emitiu um mandado de prisão contra o casal suspeito. Antes disso, a Polícia Civil já havia solicitado a prisão preventiva dos investigados, pedido que recebeu parecer favorável do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O mandado foi cumprido na tarde da terça-feira (18), na cidade de Carnaíba, também no Sertão do Pajeú. No entanto, durante a transferência dos suspeitos para a Delegacia de Tabira, um grupo de populares interceptou o comboio policial e linchou Antônio Lopes Severo, que não resistiu aos ferimentos e morreu.
Sobre o homicídio de Arthur, o TJPE declarou que não pode fornecer mais detalhes, pois a investigação corre sob sigilo. Quanto ao linchamento de um dos suspeitos, o tribunal afirmou que será instaurado um inquérito policial para apurar os fatos.
Por fim, o TJPE confirmou que Giselda da Silva Andrade permanecerá presa preventivamente enquanto as investigações continuam.