Traficante que matou jornalista Tim Lopes não comparece para colocar tornozeleira

Elizeu Felício de Souza, conhecido no mundo do crime como Zeu e condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, não compareceu à Central de Monitoramento da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para instalar a tornozeleira eletrônica, conforme exigido. Beneficiado pela prisão domiciliar no último dia 4, Zeu tinha até 10 de julho para se apresentar, mas falhou em cumprir a ordem. A Seap notificou a Justiça do Rio de Janeiro sobre o ocorrido, e o traficante será considerado foragido assim que o mandado de prisão for expedido.

Este não é o primeiro incidente de descumprimento de ordens judiciais por parte de Zeu. Em julho de 2007, ele havia escapado do Instituto Penal Edgar Costa, em Niterói, durante a progressão para o regime semiaberto. Na ocasião, ele saiu para uma Visitação Periódica ao Lar (VPL) e não retornou ao presídio. Zeu estava cumprindo uma pena de 13 anos e sete meses em regime fechado no Instituto Penal Vicente Piragibe, localizado no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Recordando o Crime

O jornalista Tim Lopes foi brutalmente assassinado em junho de 2002, na comunidade Vila Cruzeiro, aos 52 anos. Lopes havia decidido realizar a reportagem após receber denúncias de que menores eram forçados pelos traficantes a participar de bailes, usar drogas e se prostituir. Com mais de 30 anos de carreira e vasta experiência em matérias semelhantes, Lopes foi morto enquanto investigava essas práticas criminosas.

Elizeu Felício de Souza, apontado como o responsável pela queima do corpo de Lopes, entregou-se à polícia em 28 de novembro de 2010, após três anos foragido, durante uma operação no Complexo do Alemão. Na ocasião, Zeu foi encontrado escondido sob uma cama, protegido por familiares. As investigações revelaram que ele fazia parte da alta cúpula do Comando Vermelho (CV), ocupando uma posição de liderança nas áreas do Complexo do Alemão, Penha, Palmerinha e Tuiuti.

Entre os sete condenados pelo assassinato de Tim Lopes, apenas Elizeu ainda estava cumprindo pena em regime fechado. Dois dos condenados morreram, incluindo Elias Maluco, o mandante do crime, encontrado morto em uma cela no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, em 2020. O outro, conhecido como Xuxa, foi morto em 2013 durante uma troca de tiros com o BOPE. Os outros quatro condenados já haviam sido liberados.

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