VÍDEO: Filhos de diplomatas acusam PMs de conduta racista em abordagem

Policiais militares do Rio de Janeiro estão sendo acusados de racismo após uma abordagem controversa a adolescentes negros, filhos de diplomatas estrangeiros, com idades entre 13 e 14 anos, em Ipanema, zona sul da cidade. O incidente, capturado por câmeras de segurança, mostra os policiais descendo de uma viatura e abordando os jovens de maneira agressiva.

Segundo relatos e imagens de uma câmera de vigilância, os PMs pararam a viatura e rapidamente apontaram armas para os adolescentes, ordenando que encostassem em um muro para serem revistados. Foi somente após um adolescente branco, residente em Brasília e também presente no grupo, informar que eles eram estrangeiros e filhos de diplomatas que os jovens foram liberados.

Veja no vídeo abaixo o momento da abordagem:

Rhaiana Rondon, mãe do adolescente branco, descreveu o episódio como um momento de violência desnecessária durante uma viagem planejada há meses pelos quatro amigos. “Três dos quatro adolescentes são negros. Eles foram tratados com violência, com armas apontadas para suas cabeças, e forçados a se despir sem qualquer explicação inicial”, afirmou Rhaiana em uma postagem nas redes sociais.

Ela criticou a atitude dos policiais, afirmando que a abordagem foi claramente motivada por racismo. “Após ‘perceberem’ o erro, liberaram os meninos, mas antes alertaram as crianças que não andassem na rua, pois seriam abordadas novamente. As imagens, os testemunhos e o relato são claros. Não há dúvida: a abordagem foi racial e criminosa”, acrescentou.

Rhaiana enfatizou o impacto traumático do incidente para os jovens, provenientes de quatro países diferentes (França, Canadá, Gabão e Burkina Faso), e relatou que o caso já foi comunicado ao Itamaraty e aos consulados correspondentes.

A Polícia Militar informou que os agentes envolvidos estavam utilizando câmeras corporais, cujas imagens serão analisadas para determinar se houve algum excesso. A corporação reiterou seu compromisso com a formação em direitos humanos e ética para todos os seus membros, enfatizando a disponibilidade da Ouvidoria e da Corregedoria para receber denúncias e reclamações.

A deputada Dani Monteiro (PSol), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, condenou veementemente a ação policial, colocando a comissão à disposição das famílias das vítimas. Ela destacou a necessidade urgente de combater o racismo estrutural e institucional nas ações policiais, especialmente contra jovens negros.

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