VORCARO PRESENTEOU ‘SUGAR BABY’ RÉ POR LAVAGEM COM APARTAMENTO DE R$ 4 MILHÕES NA FARIA LIMA

O banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, doou um apartamento avaliado em R$ 4,3 milhões, localizado próximo à Faria Lima, em São Paulo, para a influencer Karolina Trainotti, 29 anos — ré por lavagem de dinheiro e que afirma ter sido “sugar baby” de um narcotraficante investigado.

A doação foi formalizada em dezembro de 2024, em escritura que oculta o nome de Vorcaro. O imóvel, situado no 37º andar de um dos prédios mais altos da região, possui 113 m², três vagas de garagem e acesso a um amplo lazer com piscina de borda infinita, academia, pilates, salas gourmet e infraestrutura premium. Karolina mora no local.

A influencer foi denunciada em 2023 pelo Ministério Público Federal, acusada de receber R$ 271 mil em recursos de origem criminosa enviados por Rowles Magalhães, apontado como operador de tráfico internacional de cocaína via jatos executivos. Parte do dinheiro — ao menos R$ 130 mil — teria chegado a ela por meio do dólar-cabo, método clandestino de câmbio operado por doleiros.

Nos autos, Karolina alegou que era inocente e recebia uma “mesada” por manter relação como “sugar baby” de Rowles. A defesa é coordenada pelo advogado Eugênio Pacelli, que também representa Vorcaro em outros processos.

O imóvel doado à influencer pertenceu originalmente à Viking Participações, empresa ligada ao banqueiro. Em 2024, foi transferido para a Super Empreendimentos e Participações, sociedade anônima fechada que administra outros bens de Vorcaro — inclusive sua casa de R$ 36 milhões em Brasília e seu apartamento de R$ 50 milhões em São Paulo. Um cunhado do banqueiro dirigiu a Super por quatro anos.

Vorcaro foi preso preventivamente em novembro de 2025, acusado de fraude bilionária envolvendo uma operação de R$ 12 bilhões com o BRB (Banco de Brasília). Ele deixou a cadeia 12 dias depois, por decisão de uma desembargadora do TRF-1.

Procurados, nem Vorcaro nem Karolina responderam aos contatos da reportagem. A defesa da influencer informou que ela não comentará a doação.

O processo contra Karolina tramita na Justiça Federal da Bahia. A denúncia descreve transferências sucessivas — em euro, dólar e real — destinadas a ocultar a origem do dinheiro e dificultar o rastreamento dos recursos provenientes do tráfico internacional.

A investigação aponta que Rowles enviava valores para uma conta ligada a um doleiro, que convertia o montante e repassava para familiares e para a influencer. Mensagens obtidas com quebra de sigilo mostram pedidos diretos do investigado:
“Tenho 50 mil dólares e quero receber em real. Quanto fica?”
Em seguida, aparecia a lista de contas: familiares e a “amante” — termo usado pelo doleiro para se referir a Karolina.

A defesa sustenta que ela não sabia da origem ilícita do dinheiro e que foi incluída no processo apenas por ter vivido “às expensas” de Rowles durante o relacionamento.

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