Xinxa da Cebola é solto após passar 10 dias preso
O empresário Xinxa Góes de Siqueira, conhecido como “Xinxa da Cebola”, foi liberado na sexta-feira, dia 09, após passar dez dias preso sob acusações de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, agiotagem e aluguel de armas. Segundo o advogado Célio Avelino, a prisão foi revogada por falta de indícios de envolvimento com tráfico de drogas, que teria sido o foco inicial da investigação.
Xinxa da Cebola, proprietário de um hortifrúti, foi preso no dia 31 de julho durante uma operação da Polícia Federal (PF). Após audiência de custódia no dia seguinte, sua prisão preventiva foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Decisão Judicial
Ainda de acordo com o advogado, não há elementos suficientes para justificar a continuidade da prisão. A decisão de soltura foi aprovada pelo mesmo juiz que havia decretado a prisão preventiva. “O juiz de Salgueiro, o mesmo que decretou a preventiva, decidiu pela soltura, argumentando que Xinxa não representava perigo à ordem pública, à aplicação da lei penal, nem interferia nas investigações”, afirmou Avelino.
Xinxa foi liberado do Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, na sexta-feira (9), após receber o alvará de soltura, segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).
A Operação
A operação da PF, que resultou na prisão de Xinxa, revelou que ele seria o líder de uma organização criminosa que movimentou mais de R$ 70 milhões nos últimos cinco anos. Embora seu negócio principal fosse uma transportadora de hortifrúti, o estilo de vida luxuoso que exibia nas redes sociais chamou a atenção das autoridades.
Durante a operação, foram apreendidos 24 veículos de luxo, avaliados em mais de R$ 30 milhões, e seis cavalos de raça, estimados em R$ 10 milhões. Os bens estavam registrados em nome de terceiros, possivelmente laranjas, segundo o delegado federal Márcio Tenório, que comandou a operação.
Xinxa Góes de Siqueira é filho do ex-deputado estadual Apolinário Pessoa de Siqueira, e sua família tem raízes em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. Seu empreendimento, localizado no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no Recife, distribui produtos como batata, alho, cenoura e cebola, o último também comercializado por seu pai.
Histórico Judicial
Esta não foi a primeira vez que Xinxa enfrentou problemas com a Justiça. O empresário já acumulou diversas acusações, desde dívidas de condomínio até fraudes fiscais. Em 2002, foi preso por estar em posse de um carro roubado e, posteriormente, esteve envolvido em um esquema de roubo e clonagem de veículos, mas foi liberado para responder em liberdade.
Além disso, Xinxa enfrentou processos por fraude contra a administração pública e ordem tributária, dos quais foi absolvido por falta de provas. Ele também foi processado por um condomínio e pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes por não pagar taxas de condomínio e IPTU, respectivamente. O processo do condomínio foi arquivado, e a dívida de IPTU foi quitada.
No Instagram, Xinxa ostentava uma vida de luxo, com frases motivacionais como “Não se conforme com o que você pensa, lute pelo que você merece” e “Mude o modo que você olha para as coisas e as coisas que você olha mudarão”.
Souto paciência