💸 Inflação dispara no Grande Recife: 4ª maior do Brasil em maio
Reajuste na conta de luz e alta nos alimentos elevam custo de vida na RMR, que já acumula 4,33% em 12 meses

O bolso do recifense sentiu em maio: a inflação acelerou para 0,56%, a quarta maior entre as capitais brasileiras e a segunda do Nordeste, perdendo apenas para Fortaleza. No acumulado de 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana do Recife já chega a 4,33%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE.
💡 Conta de luz pesa — e vai continuar pesando
A vilã do mês foi a energia elétrica residencial, com alta de 7,16% na RMR. O salto foi provocado pelo reajuste tarifário das distribuidoras e pela volta da bandeira amarela, que adiciona R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos. Para junho, a situação pode piorar: está em vigor a bandeira vermelha patamar 1, ainda mais cara.
“O reajuste já foi incorporado, mas a bandeira vigente seguirá afetando os próximos índices”, explicou Fernanda Estelita Lins, gerente do IBGE em Pernambuco.
🥔🥬 Alimentos também subiram
No carrinho do supermercado, a conta não aliviou. Os maiores aumentos vieram da cebola (17,93%), batata-inglesa (13,44%) e tomate (8,98%) — todos afetados por problemas na safra e no abastecimento internacional, como as restrições nas importações da Argentina e do Chile.
🎯 Dentro da meta, mas acendendo o alerta
Apesar da aceleração, o IPCA da RMR ainda está dentro da meta do Conselho Monetário Nacional, que é de 3% com tolerância de até 4,5%. No entanto, a inflação pressiona especialmente os mais pobres, alerta o economista David Batista.
“A energia tem impacto direto e regressivo no orçamento das famílias de baixa renda. Quando ela sobe, a população corta gastos básicos como alimentação e saúde”, afirmou.
Batista também chama atenção para a volatilidade dos preços de alimentos in natura nos próximos meses, impulsionada por condições climáticas adversas e custos logísticos elevados.
📊 Ranking das capitais com maior inflação em maio:
- Brasília (DF) – 0,82%
- Belém (PA) – 0,66%
- Fortaleza (CE) – 0,57%
- Recife (PE) – 0,56%
- Goiânia (GO) – 0,49%
🧾 INPC também dispara no Recife
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete a inflação sentida pelas famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, foi ainda maior no Recife: 0,70%, a segunda maior do país, atrás apenas de Belém.
📚 Entenda: o que são IPCA e INPC?
- IPCA: índice oficial da inflação no Brasil, usado para ajustar juros e metas do governo. Mede o impacto nos gastos de famílias com renda de até 40 salários mínimos.
- INPC: foca nas famílias de menor renda (até 5 salários mínimos) e costuma registrar variações mais sentidas na base da pirâmide social.
Ambos avaliam uma cesta de mais de 430 mil preços, e itens como energia elétrica têm peso maior no cálculo do que, por exemplo, frutas ou vestuário.