🔥 Base de Lula rui em série de derrotas: 8 reveses em menos de um mês escancaram crise no Congresso
Apoio à anistia golpista, rebeliões partidárias, adesão à CPI do INSS e aliados flertando com a oposição enfraquecem governo

O governo Lula (PT) atravessa um dos períodos mais turbulentos de sua articulação política no Congresso. Em apenas 26 dias, o presidente colecionou oito derrotas diretas ou simbólicas, todas partindo de dentro de sua própria base aliada — ou do que ainda resta dela.
A lista inclui rompimentos, traições, recuos constrangedores, adesões à oposição e votações humilhantes, como a que envolveu o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), em que a Câmara aprovou, por 315 votos a 143, a suspensão de uma ação penal sobre a trama golpista de 8 de janeiro.
A oposição e o Centrão, que ocupam 11 ministérios no governo Lula, vêm ditando a agenda legislativa, e os últimos episódios escancararam o esfacelamento de uma base volátil, que se move conforme os ventos —e os interesses eleitorais de 2026.
📉 Os 8 abalos mais recentes
- Anistia aos golpistas (14.abr)
A oposição bolsonarista protocolou urgência para votar anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Entre os 185 signatários, 81 são de partidos com ministérios no governo Lula (União Brasil, PP, PSD, MDB, Republicanos). - O quase-ministro (22.abr)
O líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), recuou dias após aceitar o Ministério das Comunicações. O motivo: motim interno de seu partido, rachado entre lulistas e bolsonaristas. - Caso Glauber Braga (29.abr)
A CCJ da Câmara rejeitou o recurso do deputado do PSOL contra sua cassação, mesmo com apoio silencioso do Planalto e visitas de ministros durante sua greve de fome. - Comício da oposição (29.abr)
União Brasil e PP oficializaram uma federação no Congresso com tom abertamente opositor. Ministros do governo presentes, como André Fufuca e Celso Sabino, foram ignorados no evento. - CPI do INSS (30.abr)
A oposição conseguiu apoio de deputados da base para instaurar uma CPI sobre fraudes e descontos indevidos no INSS, em meio ao escândalo que derrubou Carlos Lupi. - Gilberto Kassab (1º e 8.mai)
Presidente do PSD, partido com três ministérios, Kassab reafirmou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível adversário de Lula em 2026, e disse que a direita se unirá contra o PT no segundo turno. - Rompimento do PDT (6.mai)
Após perder o comando da Previdência, o PDT rompeu com o governo na Câmara. Apesar de pequeno, o gesto simboliza o primeiro racha à esquerda. - Vitória pró-Ramagem (7.mai)
Em nova derrota, a Câmara aprovou projeto que tenta suspender ação penal contra Alexandre Ramagem, com o PT isolado. A medida foi derrubada depois pelo STF, mas o dano político estava feito.
⚠️ Base em frangalhos, Congresso empoderado
O Palácio do Planalto sofre com a falta de autoridade sobre sua base, mesmo distribuindo cargos a partidos do centrão desde a transição. Lula governa com uma maioria aparente, mas sem lealdade nem controle real sobre votações.
Diferente dos governos petistas anteriores, desta vez o Planalto não detém mecanismos fortes de punição —como o controle de emendas parlamentares— e tampouco conta com altos índices de aprovação popular.
Na prática, o presidente vê aliados se multiplicarem em eventos da oposição e lideranças duplas, como Kassab, que comanda ministérios e, ao mesmo tempo, trabalha pela ascensão de adversários.
🎯 Cenário para 2026 já começa a se desenhar
O pano de fundo de tantos reveses é a antecipação da disputa presidencial. As movimentações de Kassab, a blindagem a Ramagem, a insinuação de candidatura de Tarcísio e as fissuras entre partidos da base indicam que muitos parlamentares já estão em campanha —e Lula pode estar ficando para trás.