🔴 Violência após festival de trap com Oruam e MC Cabelinho termina em duas mortes e agressão a influenciadores
Dupla foi executada a tiros na cabeça na saída do evento No Flow, em Olinda; influenciadores relataram espancamento e caos generalizado

Dois jovens foram assassinados com tiros na cabeça na saída do festival de trap No Flow, na madrugada deste domingo (11), em Olinda, no Grande Recife. O evento contou com shows de Oruam, MC Cabelinho, Orochi e Hariel, e também terminou com influenciadores digitais agredidos e denúncias de brigas e desorganização (veja vídeo acima).
Segundo a Polícia Civil, os amigos João Victor Nogueira da Silva, de 24 anos, e Dorival Francisco Luz Neto, de 21, foram abordados por criminosos armados por volta das 3h, após deixarem o evento realizado no Memorial Arcoverde, no bairro de Salgadinho. O caso é investigado como duplo homicídio.
“Eles foram vítimas de uma emboscada. Estavam de costas quando receberam um tiro na nuca cada um. Os assaltantes queriam as correntes deles”, relatou um familiar de uma das vítimas ao g1, sob anonimato.
A dupla ainda foi socorrida por policiais do 1º Batalhão da PM à UPA da Tabajara, em Olinda, mas não resistiu aos ferimentos.

Influenciadores espancados e clima de terror

O festival também foi marcado por agressões a influenciadores e cenas de descontrole. Marcos Paulo, conhecido como Marcão, publicou imagens no Instagram exibindo ferimentos na cabeça e no rosto. Emocionado, disse: “Sou um milagre. O que eu passei ali… eu não sei como estou vivo”.
Outro influenciador, Lelo Tavares, afirmou ter sido agredido por mais de 20 pessoas. “Desmaiei. Tinha segurança, mas ninguém fez nada para impedir”, denunciou.
Nas redes sociais, outros frequentadores relataram brigas generalizadas, tumulto e tentativas de invasão à área de shows. Vídeos mostram correria e pancadaria tanto na entrada quanto na saída do evento.
O que dizem os organizadores
O festival foi promovido pelas produtoras 18K Produções e WR Produções, que divulgaram nota afirmando que:
- Lamentam profundamente os incidentes e se solidarizam com os envolvidos;
- Consideram os episódios como ações isoladas de um “grupo que não representa o espírito do evento”;
- Garantem que os disparos ocorreram fora da área interna do festival;
- Alegam que todas as medidas de segurança foram adotadas, com equipe privada licenciada e monitoramento;
- Estão apurando, junto à empresa de segurança contratada, as agressões relatadas nas redes sociais.
O caso gerou forte repercussão e levantou questionamentos sobre a segurança em grandes eventos no estado. Nas próximas semanas, organizadores devem ser ouvidos pela polícia e pelo Ministério Público.
As agressões aconteceram já na madrugada de domingo (12), quando Marcos Paulo (Marcão) e Lelo Tavares foram perseguidos e atacados por um grupo dentro da área do festival. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram os influenciadores sendo agredidos com socos, chutes e até com um banco de madeira — tudo isso sob o olhar passivo de seguranças terceirizados, que não intervieram.
“Eu sou um milagre. O que eu passei ali, de verdade, eu não sei como ainda estou aqui”, desabafou Marcão nas redes sociais, ao mostrar os ferimentos no rosto e um corte profundo na cabeça, que exigiu 12 pontos. Já Lelo Tavares desmaiou durante as agressões e teve objetos roubados enquanto estava inconsciente.
A confusão foi narrada por um amigo das vítimas, o também influenciador Lekinho, que ajudou a socorrer os colegas. Os vídeos geraram revolta entre os fãs e internautas, que cobram explicações sobre a atuação da segurança privada contratada para o evento.
Duplo homicídio fora do evento
A violência, no entanto, não se restringiu ao interior do festival. João Victor Nogueira da Silva, de 24 anos, e Dorival Francisco Luz Neto, de 21, foram mortos a tiros logo após deixarem o local. Segundo testemunhas, os dois foram vítimas de uma emboscada para roubo de correntes de ouro. Eles foram obrigados a virar de costas e executados com disparos na nuca. A Polícia Civil trata o caso como duplo homicídio.
O que diz a organização
Em nota, a 18K Produções, uma das responsáveis pelo “No Flow Festival”, lamentou os episódios e alegou que todas as medidas de segurança foram adotadas.
“Infelizmente, um grupo isolado protagonizou cenas de violência e desordem que não refletem o espírito do evento”, diz o comunicado.
“Reforçamos que o caso envolvendo disparo de arma de fogo ocorreu fora do evento, em área pública, e envolveu pessoas que não estavam participando da festa.”
A empresa afirma ainda estar apurando as falhas junto à empresa de segurança contratada.
