💥 Lula é pressionado a ignorar sindicatos e manter fim dos descontos automáticos para evitar nova crise no INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um novo dilema político envolvendo justamente um de seus pilares históricos: o movimento sindical. A pressão agora gira em torno da lei aprovada pelo Senado que proíbe descontos automáticos de mensalidades de sindicatos e associações na folha de aposentados e pensionistas — mecanismo que esteve no centro do recente escândalo do INSS.
O texto já chegou ao Planalto e aguarda sanção. Apesar de aliados reconhecerem que a proposta nasceu de uma articulação da direita para enfraquecer financeiramente sindicatos, a avaliação interna é de que Lula não pode “mexer nesse vespeiro” agora. O desgaste com a prisão do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, tornou o tema ainda mais sensível.
Fontes do governo afirmam que o presidente vem sendo aconselhado a não vetar o trecho central da lei, mesmo sob forte pressão de entidades sindicais — historicamente suas principais aliadas. Pesquisas internas no Planalto indicam que a opinião pública é majoritariamente contrária a descontos compulsórios, e qualquer recuo pode fortalecer o discurso da oposição de que o governo protege estruturas envolvidas em abusos contra aposentados.
Por que o caso preocupa o Planalto
Lula já contrariou recomendações antes, como no episódio do veto ao aumento do número de deputados federais — uma medida popular à época. Mas a leitura agora é diferente:
- A direita domina o debate sobre segurança pública;
- A oposição tenta reviver a CPI do INSS apoiada pelo desgaste da prisão de Stefanutto;
- Um veto pró-sindicatos seria usado como munição para reforçar acusações de “aparelhamento”.
A ordem interna, segundo aliados, é evitar mais turbulências.
O que diz a nova lei
A proposta aprovada pelo Senado determina que:
🔹 Fica proibido descontar automaticamente qualquer valor de benefícios do INSS destinado a:
- sindicatos,
- associações,
- entidades de classe,
- organizações de aposentados.
❌ Mesmo com autorização do beneficiário, o débito automático não poderá ocorrer.
🔸 Para pagar mensalidades, o segurado deverá fazê-lo via boleto bancário.
🔹 A lei mantém apenas o desconto automático para empréstimos consignados, desde que autorizado com biometria e assinatura eletrônica.
Lula estuda vetar dois pontos específicos
O presidente pode vetar dois trechos:
1️⃣ A transferência da definição dos juros do consignado do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
2️⃣ A regra que obriga o INSS a ressarcir beneficiários com dinheiro da União caso as instituições financeiras não devolvam valores indevidos no prazo.