Contas Externas do Brasil Registram Déficit de US$ 8,66 Bilhões em Janeiro

O Brasil registrou um déficit de US$ 8,66 bilhões nas contas externas em janeiro deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. Este é o pior saldo negativo para o mês desde 2020, marcando o maior déficit em cinco anos. A série histórica das contas externas do país é acompanhada desde 1995.

O relatório completo, publicado nesta quinta-feira (27), revela que o déficit nas transações correntes aumentou 96,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o saldo negativo foi de US$ 4,41 bilhões.

As transações correntes refletem o fluxo financeiro entre o Brasil e o resto do mundo, englobando a balança comercial (diferencial entre exportações e importações), os serviços adquiridos por brasileiros no exterior e as transferências de renda, como remessas de juros, lucros e dividendos para outros países.

Balança Comercial e Setor de Serviços

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 1,22 bilhão em janeiro, mas o valor ficou abaixo do registrado no mesmo mês de 2023, quando o superávit foi de US$ 5,56 bilhões. A redução de US$ 4,34 bilhões reflete a diminuição nas exportações e importações do país.

Por outro lado, a conta de serviços apresentou um déficit de US$ 4,55 bilhões, superando o déficit de US$ 3,53 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. Esse aumento é reflexo principalmente do aumento nos gastos com viagens internacionais e serviços financeiros.

Investimentos Diretos no País

Apesar do impacto negativo nas contas externas, o investimento direto no país (IDP) não foi suficiente para compensar o déficit. Em janeiro, o IDP somou US$ 6,5 bilhões, uma queda de 28,4% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o valor alcançou US$ 9,1 bilhões. Este foi o menor volume de investimentos diretos desde janeiro de 2023.

Com esses números, o Brasil segue enfrentando desafios nas suas contas externas, refletindo o cenário de dificuldades econômicas no comércio e no setor de serviços, enquanto a atração de investimentos estrangeiros mostra sinais de desaceleração.

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