Criação de empregos formais cai 20,7% em janeiro na comparação com 2024
Brasil gerou 137,3 mil postos de trabalho com carteira assinada no primeiro mês do ano

O Brasil registrou a criação de 137.303 empregos formais em janeiro de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado representa uma queda de 20,7% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram abertas 173.233 vagas.
Apesar da retração na comparação anual, o número superou as projeções do mercado financeiro, que estimavam a criação de 40 mil a 60 mil postos de trabalho no mês. Na segunda-feira (24), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já havia antecipado que o saldo ficaria acima de 100 mil novas vagas.
O saldo de empregos é calculado pela diferença entre admissões e demissões. Em janeiro, foram registradas 2.271.611 contratações e 2.134.308 desligamentos, resultando na geração líquida de 137.303 postos de trabalho. O número, embora positivo, é o menor para o mês desde janeiro de 2023 (90.061 vagas).
Mercado de trabalho e impactos na economia
Apesar da desaceleração na criação de empregos, o mercado de trabalho segue aquecido. O Brasil encerrou 2024 com a menor taxa de desemprego anual da série histórica, e o nível de desocupação entre jovens de 18 a 24 anos foi o menor em nove anos.
A expansão econômica também tem sustentado o nível de emprego. Projeções do mercado e do Ministério da Fazenda indicam que o PIB brasileiro cresceu cerca de 3,5% em 2024. O resultado oficial será divulgado pelo IBGE em março.
Por outro lado, a criação de empregos e o crescimento da economia pressionam a inflação. O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou recentemente que o Copom (Comitê de Política Monetária) deverá elevar a taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião de março. O mercado projeta que os juros podem atingir 15% ao ano ainda em 2025, o maior patamar desde 2006.
Atualmente, a inflação acumulada em 12 meses está em 4,56%, acima da meta oficial de 3%. Com o aumento da Selic, o Banco Central busca conter a alta dos preços, mas a medida pode desacelerar ainda mais a criação de empregos e o crescimento econômico.
Liberação do FGTS no radar
Ao final do dia, rumores sobre uma possível liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) movimentaram o mercado. A medida permitiria que trabalhadores que aderiram ao saque-aniversárioresgatassem saldos bloqueados, injetando dinheiro na economia. Caso confirmada, a liberação pode impactar o PIB e a inflação, adicionando mais um fator de pressão sobre a política monetária do Banco Central.