Gestão de João Campos gastou R$ 345 milhões a mais em propaganda e eventos do que em drenagem no Recife
Nos quatro anos da primeira administração do prefeito João Campos (PSB), a Prefeitura do Recife destinou R$ 609 milhões para propaganda, shows e eventos, três vezes mais do que o montante investido em drenagem urbana. De acordo com dados do Portal da Transparência do Recife, apenas R$ 234 milhões foram aplicados na manutenção e retificação da micro e macro drenagem da cidade, representando 0,88% do orçamento municipal no período.
As informações, divulgadas inicialmente pelo perfil @pergunteatabata no Instagram, foram confirmadas pelo blog, que consultou os dados na aba “Despesas por funcional programática” do Portal da Transparência.
Prioridade para festas e publicidade
O montante gasto com publicidade e eventos poderia ter sido ainda maior se não fosse a pandemia, que impediu a realização do Carnaval em 2021 e 2022. Em 2024, no entanto, a gestão de João Campos destinou R$ 110 milhões para a festa carnavalesca, dos quais apenas R$ 8,5 milhões vieram de patrocínios privados, sendo o restante financiado pelos cofres municipais.
Enquanto isso, a infraestrutura da cidade sofre com alagamentos recorrentes. Várias regiões enfrentam problemas crônicos de drenagem, como a Avenida Abdias de Carvalho, nas proximidades da sede da Chesf, e outros trechos de grande circulação. As cenas de ruas alagadas são constantemente compartilhadas nas redes sociais, levantando críticas à falta de investimentos na prevenção desses problemas.
Críticas e cobranças
A gestão de Campos tem sido questionada pelos recifenses não apenas pela falta de investimentos na drenagem, mas também pelo fato de o prefeito ser engenheiro civil e pertencer a um grupo político que administra o Recife há 12 anos. Seu governo é visto como continuidade da gestão do ex-prefeito Geraldo Julio, que é considerado um dos principais aliados do atual prefeito.
Diante desse cenário, a população segue cobrando respostas e soluções para os problemas estruturais da cidade, que parecem não receber a mesma atenção e investimento dedicados às festividades e à propaganda oficial.
