Investigação aponta envolvimento do PCC com contratação de jogadores de futebol
INVESTIGAÇÃO REVELA POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DO PCC EM AGÊNCIAS DE JOGADORES
Documentos recentemente entregues ao Ministério Público de São Paulo revelam uma possível conexão entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a contratação de jogadores de elite do futebol brasileiro e internacional. Entre os documentos, que incluem contratos, comprovantes de pagamento e conversas do WhatsApp, está o material fornecido pelo corretor de imóveis Antônio Vinícius Lopes Gritzbach. Esses documentos foram entregues em um acordo de delação premiada, homologado pela Justiça paulista em abril deste ano.
O Ministério Público suspeita que o dinheiro do tráfico esteja sendo lavado por meio da aquisição de atletas, utilizando empresas de agenciamento esportivo. Gritzbach admitiu na delação sua participação em um esquema de lavagem de dinheiro para o PCC, especialmente na compra de imóveis em São Paulo, mencionando ainda outras pessoas supostamente ligadas à facção.
Alguns dos jogadores envolvidos seriam ex-atletas de clubes como Corinthians e São Paulo, incluindo Éder Militão, atualmente no Real Madrid.
Após a divulgação, o Corinthians expressou surpresa e afirmou que está disponível para colaborar com as investigações. A nota do clube destaca que, conforme a matéria, os contratos em questão foram assinados antes da atual gestão.
Entre os empresários mencionados, Danilo Lima de Oliveira, conhecido como Tripa, é apontado como uma figura de destaque. Oliveira, cuja relação com o PCC foi identificada pela Polícia Civil desde 2022, é associado à UJ Football e à Lion Soccer. No entanto, a UJ Football nega qualquer envolvimento com Oliveira, enquanto a Lion Soccer não foi localizada para comentar.
Além de Oliveira, Gritzbach citou Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC, falecido recentemente, como parte do esquema. Conversas no WhatsApp anexadas ao processo mostram discussões sobre a aquisição de atletas e referências ao ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves.
Oliveira também é suspeito de envolvimento no sequestro de Gritzbach em janeiro de 2022, relacionado a um desaparecimento de US$ 100 milhões, que deveria ter sido investido em criptomoedas. Anselmo Becheli Santa Fausta, suposto chefe do PCC, teria sido morto após a perda do dinheiro.
A UJ Football afirmou que Danilo Lima de Oliveira nunca foi sócio da empresa e nega qualquer relação com as investigações. O São Paulo Futebol Clube optou por não comentar o caso, enquanto o Corinthians reiterou seu compromisso com a transparência e afirmou que todas as transações foram conduzidas por representantes legalmente constituídos.