Lula diz que “não tem nada de grave” em eleição sob suspeita na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não vê nada de grave ou anormal nas eleições na Venezuela, que deram vitória a Nicolás Maduro sob suspeita de fraude. Em entrevista à TV Centro América, Lula condicionou a entrega das atas eleitorais ao reconhecimento do resultado.

“O processo é normal, tranquilo. Se houver dúvida, a oposição entra com recurso e espera a Justiça decidir. Temos que acatar a decisão”, afirmou Lula.

Lula criticou a imprensa brasileira por exagerar a situação. “Não há nada de assustador. Teve uma eleição, um candidato teve 51% e o outro, um pouco menos. Quem discordar, que recorra à Justiça.”

O presidente também destacou que os protestos na Venezuela, que resultaram em 11 mortes e mais de 700 prisões, são legítimos, desde que pacíficos. Ele defendeu que todas as partes têm direito de se expressar e provar seus pontos.

Lula condenou a ingerência externa e os bloqueios econômicos, afirmando que a Venezuela tem direito a seu próprio modelo de desenvolvimento. “Os bloqueios matam Cuba há 70 anos e penalizam o Irã e a Venezuela. Isso precisa parar.”

Sobre a nota do PT que reconhece a vitória de Maduro, Lula disse que o partido elogiou o povo venezuelano pelas eleições pacíficas e reconheceu o colégio eleitoral. No entanto, a oposição ainda não aceitou o resultado, o que mantém o processo em andamento.

CONVERSA COM BIDEN

A crise venezuelana foi tema de uma conversa telefônica entre Lula e o presidente dos EUA, Joe Biden. A Casa Branca expressou preocupação com a repressão aos protestos da oposição e defendeu o direito dos venezuelanos de se expressarem livremente.

COBRANÇA PELAS ATAS

A oposição venezuelana afirma ter provas de fraude e o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, atribui a demora na divulgação das atas a um ataque hacker.

Celso Amorim, assessor especial do Planalto, cobrou a divulgação das atas e se reuniu com o opositor Edmundo González e com Maduro, que prometeu a divulgação em breve, alegando ser vítima de um golpe dos EUA. A oposição, liderada por María Corina Machado, afirma que 73% das atas apontam a vitória de González. A OEA reforçou as suspeitas de fraude.

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