“Não sou obrigada a perdoar”: Gleisi recusa conciliação com Gayer após fala machista e ofensiva

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO)

A presidente do PT e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rejeitou uma proposta de conciliação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo que move contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), por injúria. A defesa da ministra argumenta que a tentativa de reconciliação desconsidera a gravidade das ofensas sofridas, que envolvem ataques machistas e difamatórios.

“Impor uma tentativa de conciliação à ministra é ignorar a seriedade das agressões verbais, além de representar uma revitimização inaceitável para uma mulher que exerce cargo público”, alegam os advogados de Gleisi.

A PGR havia recomendado uma audiência entre as partes com base no artigo 520 do Código de Processo Penal, que prevê tentativas de reconciliação antes do recebimento de queixas por crimes contra a honra. Mas, para a equipe jurídica da ministra, esse caminho seria “profundamente ofensivo e uma afronta à dignidade” da parlamentar.

Ataque machista nas redes

A ação foi motivada por publicações de Gayer nas redes sociais, nas quais o parlamentar sugeriu que Gleisi faria parte de um “trisal” com o senador Davi Alcolumbre (União-AP) e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), seu companheiro. Em uma das postagens, já apagada, Gayer insinuou que o presidente Lula teria “oferecido” Gleisi a Alcolumbre “como um cafetão oferece uma garota de programa”.

As declarações foram feitas após uma fala de Lula durante evento público, quando o presidente disse ter escolhido Gleisi para o ministério por ser uma “mulher bonita”, como forma de melhorar a relação com o Congresso.

Pedido de indenização

A defesa da ministra pede a condenação criminal do deputado e o pagamento de R$ 30 mil por danos morais. Para os advogados, as falas de Gayer tiveram o claro objetivo de humilhar e descredibilizar Gleisi como mulher e autoridade pública.

“Atitudes como essa — claramente direcionadas a constranger uma mulher publicamente — são inaceitáveis e precisam ser enfrentadas com rigor em um país que busca superar o cenário de violência e misoginia institucionalizada”, afirma a petição apresentada ao STF.

O caso segue em tramitação na Justiça.

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