“Rainha dos Carecas” é presa quando fazia implante capilar em cliente
Nesta semana, a morte da modelo e influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, após um procedimento estético realizado por uma falsa biomédica, trouxe à tona outro caso alarmante. Uma farmacêutica de 38 anos foi presa por realizar transplantes capilares sem ser médica. A detenção ocorreu em flagrante na região de Muriaé, Minas Gerais, na quarta-feira (3/7).
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, a farmacêutica era proprietária de uma clínica que se apresentava como especializada em procedimentos cirúrgicos, atendendo dezenas de pacientes mensalmente em um prédio de três andares. As investigações começaram após denúncias da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que alertou sobre a falta de formação médica da responsável pela clínica.
Conhecida como “Rainha dos Carecas”, a farmacêutica foi presa enquanto realizava um transplante capilar em um paciente. A operação teve que ser interrompida e concluída por uma equipe médica acionada pela polícia, junto com a Vigilância Sanitária.
Operações Irregulares e Sem Médicos
Apesar da intensa movimentação de pacientes, a clínica não contava com nenhum médico qualificado para realizar os procedimentos cirúrgicos. As intervenções eram realizadas pela farmacêutica e duas auxiliares de enfermagem, de 26 e 37 anos, que também foram detidas e autuadas por exercício ilegal da profissão. Elas utilizavam a técnica de Extração das Unidades Foliculares (FUE), que envolve a extração e transplante individual de unidades capilares.
A polícia apreendeu aproximadamente R$ 17 mil, documentos e diversos medicamentos de uso restrito sem a devida prescrição, notas fiscais ou informações sobre os fornecedores.
Investigações em Andamento
O delegado responsável pelas investigações, Fábio Correia, informou que a próxima etapa envolve a coleta de depoimentos dos pacientes atendidos pela clínica. “Com o cumprimento dos mandados de busca, teremos acesso aos prontuários e iremos ouvir as pessoas para saber se todos tinham conhecimento de que os procedimentos não eram realizados por médicos habilitados”, explicou.
Correia destacou a dimensão da clínica, que possuía dois centros cirúrgicos, salas de medicamentos e consultórios. Após o flagrante, todas as suspeitas foram levadas para a delegacia, e a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária.