Tutor de Pitbull que Matou Idoso em Olinda é Indiciado por Homicídio Culposo

O tutor do pitbull que atacou e matou o idoso Leonardo Lustosa da Silva Castro, de 68 anos, foi indiciado por homicídio culposo, crime em que não há intenção de matar. O caso, ocorrido em 17 de setembro do ano passado, foi investigado pela Delegacia Seccional de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Após a conclusão do inquérito, anunciada nesta segunda-feira (20), a Polícia Civil de Pernambuco afirmou que o tutor do cão foi negligente ao não cumprir as exigências legais para o controle do animal em espaços públicos. Segundo a corporação, ele desrespeitou a Lei Estadual nº 12.469/2003, que determina o uso de equipamentos de segurança, como focinheiras, para cães de grande porte ou raças consideradas agressivas.
O ataque fatal
Leonardo Lustosa foi atacado pelo pitbull enquanto conversava com o tutor do animal na rua João Ribeiro, no bairro de Bairro Novo, em Olinda. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o cão, preso a uma coleira longa e sem focinheira, mordeu o pescoço da vítima, que caiu ao chão após o ataque.
Leonardo chegou a ser socorrido por familiares e levado a um hospital particular em Olinda, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na unidade de saúde.
Descumprimento de normas legais
De acordo com a investigação, o tutor do pitbull infringiu as leis que regulam o transporte de cães em locais públicos. A Lei Estadual nº 12.469/2003 e a Lei Federal nº 2.140/2021 exigem o uso de guias curtas, coleiras de controle e focinheiras como forma de proteger a segurança de pessoas, sem causar sofrimento aos animais.
O descumprimento dessas normas foi considerado pela Polícia Civil como negligência direta que contribuiu para o ataque fatal.
Luto e cobrança de justiça
A morte de Leonardo Lustosa gerou comoção entre amigos e familiares. Nas redes sociais, a sobrinha da vítima, a escritora Bárbara Lustosa, lamentou a perda e cobrou punição ao tutor do animal. “O que aconteceu com meu tio poderia ter acontecido com qualquer um na rua, inclusive comigo, com você ou algum parente seu! Queremos justiça por tio Léo!”, publicou Bárbara na época.
Agora, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que analisará as provas reunidas e decidirá sobre o prosseguimento judicial contra o tutor do animal.